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Lembro-me bem o que aconteceu quando deflagraram o escândalo do “mensalão”. Nos primeiros momentos, só a oposição tinha voz na imprensa nacional, até porque, ao ser deflagrado o escândalo, os aliados do governo emudeceram. Alguns parlamentares do PT debandaram do partido na hora primeira.
Os poucos que tentavam esboçar qualquer reação eram logo rechaçados por um turbilhão de informações cruzadas, ou, no mínimo, ridicularizados. Com o passar do tempo, algumas vozes foram se disseminando pela internet e muito se esclareceu sobre a verdade dos fatos. Se não existisse a internet, não tenho dúvida, o governo Lula teria sido golpeado, como Jango em 64.
A CPI da Petrobras, aprovada sexta-feira (15/5), foi arquitetada sob inspiração de matéria publicada pelo jornal O Globo, que acusa a diretoria da empresa de haver aplicado indevidamente, ou seja, com efeitos retroativos a 2008, as determinações de uma Medida Provisória que só teriam validade a partir do ano base 2009.
A própria Miriam Leitão, pitonisa da ciência econômica a serviço das Organizações Globo, declarou em seu blog: “Hoje, a oposição numa manobra intalou [está grafado assim mesmo, portanto não sei se o erro de digitação deve ser atribuído à falta de “s” ou à troca de “e” por “i”] CPI para investigar a Petrobras, isso por causa da matéria do Globo, do último domingo, mostrando que a empresa deixou de pagar mais de R$ 4 bilhões por conta de uma manobra contábil”.
Essa é mais uma das provas irrefutáveis de que o grosso da imprensa brasileira se transformou no PIG, Partido da Imprensa Golpista, com poderes mais expressivos que os próprios partidos de oposição, pois é quem pauta suas decisões.
*Fernando Soares Campos é escritor - Texto publicado originalmente em Observatório da Imprensa (Leia a íntegra em www.observatoriodaimprensa.com.br)
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