sexta-feira, 29 de maio de 2009

Mais uma pisada de bola do governo Serra na educação.

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Serra: pouca preocupação com 
critérios didáticos na educação. 

Uma coletânea de poemas dedicada ao público adulto foi distribuída na rede estadual para crianças na faixa dos 9 anos. Mais um absurdo do governo Serra na área de educação que, recentemente, teve de recolher um outro livro, que continha expressões de conotação sexual, e que também estava sendo distribuido indevidamente a crianças. Leia a seguir reportagem publicada hoje pela Folha de S. Paulo de Fábio Takahashi. 


O governo de São Paulo enviou a alunos de terceira série ( faixa etária de nove anos) um livro feito para adolescentes, que possui frases como “nunca ame ninguém. Estupre”. 

A coletânea de poesias faz parte do mesmo programa de melhoria da alfabetização que teve um livro recolhido por conter palavrões e expressões de conotação sexual: “Dez na Área, Um na Banheira e Ninguém no Gol”, também distribuída para a terceira série. 
A nova obra, “Poesia do Dia -Poetas de Hoje para Leitores de Agora”, foi enviada às escolas há cerca de duas semanas para ser usada como material de apoio. Foram distribuídos 1.333 exemplares. 
“Não é para crianças de nove anos. São várias ironias, que elas não entendem”, afirmou o escritor Joca Reiners Terron, autor do poema mais criticado por professores da rede, chamado “Manual de Auto-Ajuda para Supervilões”. 

Alguns dos versos são “Tome drogas, pois é sempre aconselhável ver o panorama do alto”; e “Odeie. Assim, por esporte”. 
“Espero que o Serra [governador José Serra] não ache o texto um horror, como ele disse do outro livro. Horror é quem escolhe essas obras para crianças”, disse Terron. 

Em nota, a direção da Abril Educação (responsável pela Ática) afirma que o livro é recomendado para adolescentes de 13 anos, “indicação reforçada na contracapa, na apresentação e no suplemento ao professor”. 

Após questionamento da Folha, a Secretaria da Educação da gestão José Serra (PSDB) decidiu ontem retirar os livros das salas de aula. Os exemplares, no entanto, permanecerão nas escolas, para consulta de alunos mais velhos. 

O entendimento é que os assuntos do poema devem ser abordados na escola, mas com supervisão de um especialista. 

A secretaria não esclareceu como é feita a escolha dos livros. A sindicância aberta para apurar o caso do outro livro ainda não foi concluída. 

Críticas 

Professor da Faculdade de Educação da USP, Vitor Paro afirma que a escolha do livro para crianças de nove anos “é produto da incompetência e ignorância do governo”. 

“Por que os livros só foram retirados após o jornalista questionar? A análise não deveria ter sido feita antes?”, diz. 

A coordenadora do curso de pedagogia da Unicamp, Angela Soligo, classifica como “um horror” o poema. “Tem uma ironia que talvez só o adulto entenda. É totalmente desnecessário para uma escola.” 

“Já é o segundo caso. Os professores ficam inseguros com o material”, disse ela.

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Fonte: De olho em São Paulo - Zé Américo

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