Vejam só como os assuntos vão surgindo. O post de domingo, “O império contra-ataca”, ganhou importância por fazer brotar uma lista de tentáculos do Partido da Imprensa Golpista (PIG) que, apesar de aparentemente ter se tornado extensa, não deve chegar nem à metade de sua real extensão.
Correndo os olhos por ela, pode escapar ao leitor que a cabeçorra horrenda desse mostrengo é composta por Globo, Folha, Veja e Estadão, e que os demais veículos são seus tentáculos de maior ou menor alcance, que se limitam a agir como membros do corpo guiado por aquele cérebro alucinado.
Leitores partidários do que constitui hoje a mídia no Brasil tentaram ver na lista um absurdo viés “macartista”, como se tivesse o poder de expor de alguma maneira impérios empresariais bilionários ou, na melhor das hipóteses, milionários, que, até pela extensão e abrangência nacional exibidas, praticamente exercem um monopólio antidemocrático, censor, opressor mesmo do contraditório, de idéias divergentes das dos controladores desses impérios.
Mas vi uma observação relevante nas divergências do ponto de vista que expus, de que os critérios mínimos para inclusão na lista de tentáculos do PIG poderiam estar sendo violados por uma inclusão sem checagem sobre se os elementos necessários àquela inclusão estariam presentes neste ou naquele veículos.
Primeiro, devo dizer que me lembro dos nomes de boa parte dos leitores que fizeram sugestões de veículos a serem incluídos na lista e sei que são pessoas que certamente sabem o que disseram, o que todavia não muda a validade da observação sobre inclusão indiscriminada de veículos, não fosse o fato de que conheço ou já tive várias informações sobre a quase totalidade deles, ainda que alguns me escapem.
Essa última possível contradição dissolve-se diante do fato de que qualquer um pode objetar sobre critérios de inclusão de quaisquer veículos que, sendo todos de relevo, oferecem sites na internet que permitem dirimir quaisquer dúvidas.
Mas a questão que surge, é a seguinte: vocês viram a extensão, o alcance, a abrangência da máquina montada para espalhar preferências políticas e ideológicas, apoio ou oposição a políticas públicas, defendendo interesses de poucos sem dar bola aos de muitos?
Trata-se de uma máquina avassaladora de difamação de alguns políticos e bajulação de outros. Na noite desta segunda-feira, assisto, por exemplo, o telejornal da TV Gazeta em que a âncora faz par com um editorialista do Estadão que vive se derretendo por José Serra e atacando Lula fazendo exatamente isso, bajulando; mais tarde, vejo um programa humorístico na TV Bandeirantes, o CQC, criticando duramente o presidente e bajulando o governador de São Paulo.
Antes, já lera montes de artigos e editoriais nos jornais paulistas, nos grandes portais de internet etc.
O grupo político que desfruta de esmagadora aprovação popular, encabeçado pelo presidente Lula, não tem como se defender se não vier fazer o que Serra, por ter prepostos na mídia disfarçados de jornalista, não precisa, ou seja, se expor ao responder críticas ou atacar adversários.
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Fonte: Cidadania.com - Eduardo Guimarães
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