sexta-feira, 30 de abril de 2010

Eduardo Guimarães - Eles tem mais é que aplaudir!

.

.


 



Como é patética a direita brasileira, não? Foi questão de minutos, desde o momento em que saiu a notícia de que o presidente Lula encabeça a lista da revista Time das cem pessoas mais influentes do mundo, para que o portal G1 tentasse minimizar o fato com uma versão idiota de que não era bem assim, de que o presidente não tinha sido considerado a pessoa mais influente do mundo, mas, “apenas”, tinha sido colocado no topo de uma lista contendo 25 dos cem nomes.

Detalhe: a lista não foi feita em ordem alfabética.

A versão burra da Globo para “explicar” por que o político que ela não pára de tentar ridicularizar, insultar e acusar mereceu tamanha honraria justamente dos EUA foi a de que, “Segundo o setor de Relações Públicas da revista [Time], a decisão de colocar Lula como ‘número um’ se deu meramente por ‘razões editoriais’. ‘Os editores da revista consideraram que seria mais interessante colocar o texto de Michael Moore sobre Lula como o primeiro, o que não significa que exista um ranqueamento’ ”.

Ora, pode até não existir “ranqueamento” – supondo-se que realmente tenha existido essa declaração do “setor de relações públicas” –, mas isso só torna mais importante os editores da revista Time terem achado que Lula é que deveria encabeçar uma lista que não foi feita em ordem alfabética, pois, assim, a única posição de relevo naquela lista é a de quem foi escolhido para encabeçá-la.

E o mais espantoso foi a matéria ter dito que não foi Lula o escolhido para encabeçar a lista, mas o texto de Michael Moore.
Também tentaram desqualificar o fato de o presidente brasileiro ter sido colocado no primeiro lugar da lista da publicação americana insinuando, de forma ainda mais burra, que tal fato se deveu ao texto homenageando Lula ter sido escrito pelo cineasta Michael Moore, tido como esquerdista. Burros. Ele não escolheu nosso presidente, apenas escreveu o texto de homenagem. Quem escolheu Lula foi a revista.

Foi ridículo ver todos os outros portais de internet correrem atrás dessa babaquice do G1 para como que exclamarem “Ufa! Graças a Deus! Pelo menos Lula ‘apenas’ figura entre as 25 pessoas mais influentes em um planeta habitado por 6 bilhões de pessoas”. 

Mas, assim mesmo, a direita ficou desesperada. Os cães dos barões da mídia apressaram-se em buscar algum osso para levarem para os donos. O Esgoto da Veja se pôs a insultar Lula e a repercutir a teoria insólita do G1, e o principal blogueiro da Globo tentou fazer piada dizendo que José Serra, inimigo político de Lula, o cumprimentou “primeiro” pela honraria e que Dilma, aliada do presidente, não cumprimentou.

Mas Serra teve que aplaudir Lula. E não foi só ele. Sergio Guerra, presidente do PSDB, também foi obrigado a fazer o mesmo. Só que o verdadeiro sentimento da oposição não era esse e ficou bem expresso nas palavras dos aliados desses dois tucanos que tiveram que se render à dimensão do presidente da República, líder reconhecido e amado por cerca de oitenta por cento de seu povo e pela comunidade internacional.

Segundo a Folha Online, a oposição criticou a revista Time por ter escolhido Lula para encabeçar sua lista das cem personalidades mais influentes do mundo enquanto ficava dizendo para si mesma que a honraria não iria ajudar o presidente a influir ainda mais na própria sucessão do que já influi graças ao apoio esmagador que tem de seu povo e da comunidade internacional.

Para um bagrinho pefelê do clã Bornhausen, por exemplo, a Time teria “ficado louca” porque o presidente “não fez nada para merecer” a homenagem. Provavelmente, deve achar que subornou a revista. Mas não teve jeito. Tiveram que viver para serem obrigados a ficar de pé para aplaudir o estadista Luis Inácio Lula da Silva por ter tirado do chão o país que essa gente afundou.

.

Altamiro Borges - Capa da Veja: Serra é “o cara”

.

.


A revista Time elegeu o presidente Lula como o líder mais influente do mundo. O rejeitado FHC cortou os pulsos de inveja. José Serra, o presidenciável de FHC, teve mais uma noite de insônia e até pensou em dar “bye-bye às eleições de 2010”. E a mídia golpista, excitada nas orgias da Casa Millenium, ficou sem rumo. A TV Globo tentou relativizar o prêmio. Os jornalões oligárquicos evitaram dar destaque à seleção da Time. E a famíglia Civita até poderia dar na capa da Veja a manchete acima – a foto maquiada já tinha sido usada na sua edição da semana passada.

Tirando as gozações – afinal, é bom rir diante de uma batalha que promete ser das mais duras e sujas –, reproduzo abaixo o texto do cineasta estadunidense Michael Moore escrito para a revista Time sobre a premiação: 


Luiz Inácio Lula da Silva



Quando os brasileiros primeiro elegeram Luiz Inácio Lula da Silva presidente, em 2002, os barões do país [robber barons] checaram o tanque de combustível de seus jatos privados. Eles haviam tornado o Brasil um dos países mais desiguais da terra e então parecia ter chegado a hora da “vingança”. Lula, 64, era um filho genuíno da classe trabalhadora da América Latina — na verdade, um membro fundador do Partido dos Trabalhadores — que tinha sido preso por liderar uma greve.

Quando Lula finalmente conquistou a presidência, depois de três tentativas fracassadas, ele era uma figura familiar na vida nacional. Mas o que levou à política? Foi seu conhecimento pessoal do quanto é duro para muitos brasileiros trabalhar para sobreviver? Ser forçado a deixar a escola na quinta série para ajudar a família? Trabalhar como engraxate? Ter perdido um dedo em um acidente de trabalho?

Não, foi quando aos 25 anos de idade ele viu a esposa Maria morrer durante o oitavo mês de gravidez, junto com o filho, por não poderem pagar um tratamento médico decente.

Há uma lição aqui para os bilionários do mundo: deixem as pessoas terem bom atendimento médico e elas vão causar muito menos problemas para vocês.

E aqui há uma lição para o resto de nós: a grande ironia da presidência de Lula — ele foi eleito para um segundo mandato em 2006 e vai servir até o fim do ano — é de que quando ele tenta colocar o Brasil no Primeiro Mundo com programas sociais como o Fome Zero, desenhado para acabar com a fome, e com planos para melhorar a educação disponível para os trabalhadores do Brasil, faz os Estados Unidos parecerem cada vez mais um país do velho Terceiro Mundo.

O que Lula quer para o Brasil é o que um dia chamamos de Sonho Americano. Nós, nos Estados Unidos, onde o 1% no topo da escala tem mais riqueza financeira que os 95% da base combinados, estamos vivendo em uma sociedade que está ficando rapidamente cada vez mais parecida com a do Brasil.
.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

PHA - Serra não produziu trens. Transporte é um caos. E ele só quer olhar para frente


Em São Paulo, o passageiro nunca sabe o trajeto do ônibus

Saiu no Agora (o único jornal que presta em São Paulo), pág. A3 :
“Lotados, trens têm numero recorde de usuários.”
Número de passageiros cresceu 70% em cinco anos e a oferta de trens, 20%.
Na estação do Brás, “os seguranças precisam intervir em horário de pico para que o trem siga com as portas fechadas” !
A estação da Sé produz o maior congestionamento do mundo, em estações do metrô.
Por falar em congestionamento, em São Paulo, no horário de pico, os carros andam a 15 km por hora.
E ele só quer discutir o “pós-Lula”.
Faz parte de biografia do Serra: ele sempre dá um passo à frente para fugir do que administrou imediatamente antes.
O problema do caos do transporte em São Paulo, de agora em diante, é culpa do Goldman.
Depois de ter sido da Marta.

Paulo Henrique Amorim
Em tempo:
Ônibus mudam rota e horário todos os dias.
Divulgadas timidamente, alterações de itinerário, por motivos como obras na rua ou pouca demanda, confundem usuários em SP

Em 2009, mudanças de horário de partida do ônibus foram em média 13 ao dia; “Coleciono protocolos de reclamação”, diz passageira.

Em tempo2: ainda sobre o passado, é bom não esquecer que ele foi o Grande Planejador do desastroso Governo FHC.
Em tempo 3: Heródoto Barbero leu na CBN às 8h40 o email de uma vítima do legado de José Serra para o trânsito de SP. O ouvinte conta que, todos os dias, chega no Par que Dom Pedro às 18h00 e só chega em casa no Itaim Paulista duas horas e quinze minutos depois. Os ônibus passam de 40 em 40 minutos. O ouvinte observa que a frequência de voos da ponte aérea Rio-São Paulo é maior do que a de ônibus para levá-lo em casa depois de um dia de trabalho. E ele ainda quer discutir o pós-Lula. Como se não tivesse sido prefeito e governador da Chuíça(**).
(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos,  reconheceu um filho; que avacalha o Presidente Lula por causa de um comercial de TV; que publica artigo sórdido de ex-militante do PT; e que é o que é, porque o dono é o que é ; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.
(**) Chuíça é o que o PiG (***) de São Paulo quer que o resto do Brasil ache que São Paulo é: dinâmico como a economia Chinesa e com um IDH da Suíça.
(***) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

VALE LEMBRAR O INVESTIMENTO (+ DE 3 BILHÕES) GASTO NA REFORMA DAS MARGINAIS, VISIVELMENTE PREVENDO A FUTURA COBRANÇA DE TARIFAS DE CIRCULAÇÃO. PRIORIZANDO O TRANSPORTE INDIVIDUAL SEM NEM SEQUER PROJETAR UM CORREDOR EXPRESSO DE ÔNIBUS, QUE ATENDERIA TODA A REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO.



Maria Fro - Da Série o Brasil pode mais (sic) com Serra: pode mais pedágios


E público que este blog é ativista, apóia os movimentos sociais, luta por um país mais justo, combate as desigualdades, neste sentido, desde a sua existência, este blog sempre apoiou candidaturas progressistas.
Tenho acompanhado com atenção a imensa despolitização desta campanha eleitoral que parece não ter cessado desde 2003. Em minha opinião isso é danoso para a democracia. As forças conservadoras querem de qualquer modo voltar ao poder e farão de tudo para conseguir o seu intento, seguindo a linha do Instituto Millenium e seus principais arautos que desejam, inclusive, eliminar o pensamento de esquerda no mundo.
Este blog acredita que a melhor forma de combater uma campanha sem princípios é contribuir para o esclarecimento da população.
A partir de hoje colaborará com o esclarecimento da administração dos ex-governador de São Paulo, traduzindo o que significa o mote de campanha ‘O Brasil pode mais com Serra‘.
Trabalharemos com dados comprovados, não com os factóides mandados por e-mails apócrifos ou as mensagens que espalham inverdades pelo twitter e outras redes sociais.
Peço a colaboração dos leitores para enviar via comentários ou e-mail outras matérias de fontes confiáveis sobre a administração José Serra. Solicito ainda que ajam com espírito cidadão, não reproduzindo o clima de guerra que se instala mais uma vez na campanha eleitoral. Lembro que a melhor defesa da cidadania é a informação, não cedam às baixarias de marqueteiros travestidos de moderninhos que dia a dia criam factóides contra a candidata Dilma e criarão contra qualquer candidato/a que represente uma proposta mais progressista.  Assim, este blog avisa que não publicará ataques pessoais a nenhum candidato e que só aprovará comentários que debatam idéias políticas, projetos políticos.
A tentativa dos posts desta série é que os eleitores brasileiros fora de São Paulo (os que vivem em São Paulo e não estão alheios à realidade do estado conhecem os fatos e dados que publicaremos aqui) possam ter acesso a informações que raramente vemos circular nos jornais da grande mídia.
Começaremos pela série pedágios que além de ilhar cidades próximas, aumentam o custo de alimentos, materiais de construção e outras mercadorias transportadas por estradas e rodovias, o que é grave dado que a opção pelo sistema rodoviário,  infelizmente, tornou-se corrente no país.
O Estado de São Paulo tem um dos pedágios mais caros do mundo e quando então governador Serra ao ser questionado sobre o preço dos pedágios recusa-se a baixar o preço:


http://mariafro.com.br/wordpress/
O estado de São Paulo saltou de cerca de 40 praças de pedágios em 1997 para 227 praças em 2010. São Paulo neste sentido parece um feudo, no qual os cidadãos perdem o direito de ir e vir e precisam pagar pedágios sem fim para circular dentro do próprio estado. Em alguns trajetos há um pedágio a cada 20 minutos!
Certamente o Brasil tem espaço suficiente para mais praças de pedágios, neste sentido o Brasil pode mais pedágios com José Serra. Vote consciente, informação é a nossa arma.
Por: Suzana Vier, Rede Brasil Atual. Publicado em 16/04/2010, 15:41
São Paulo – A implantação de 227 praças de pedágio só no estado de São Paulo deixou cidades como Bauru, Campinas e a própria capital paulista “ilhadas” por praças de cobrança. Todos os veículos, incluindo caminhões, ônibus, automóveis de passeio e motocicletas pagam ao passar por esses pontos.
Campinas, a 92 quilômetros de São Paulo, é o principal exemplo no estado. A cidade tem sete pedágios ao redor. Para ir à vizinha Indaiatuba, um morador de Campinas paga R$ 8,80 de pedágio. Para Capivari, o custo é de R$ 4. Até Americana, gasta-se R$ 5,40. O trajeto até Cosmópolis fica em R$ 5,20. No caso de Itatiba, o gasto é de R$ 5,60.
O trajeto mais caro é o de Campinas a Jaguariúna, em que um carro de passeio gasta R$ 7,90 para percorrer aproximadamente 31 quilômetros. Para ir a São Paulo, um campineiro deixa nas praças de pedágios R$ 12,20 em 92 quilômetros.
A população de Bauru no Oeste paulista enfrenta problema semelhante. O acesso a várias cidades vizinhas envolve passar pelos postos de cobrança. Uma visita ao distrito de Brasília Paulista, parte de Piratininga, a 22 quilômetros, custa R$ 3. Ir a Pirajuí, sai por R$ 6,80 por 51 quilômetros. Cerca de 33 quilômetros depois, o motorista paga mais R$ 3,20.
Uma comerciante de Bauru que fizer compras de calçados em Jaú, a 57 km, deixa R$ 7,30 no pedágio na ida e o mesmo valor na volta.
Já quem for ao médico no Hospital da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Botucatu paga três vezes, num total de R$ 10,60. O primeiro deles fica a menos de 50 quilômetros de Bauru, na cidade de Agudos, o segundo em Areiópolis e o terceiro em Botucatu. Ida e volta fica em R$ 21,20.
Só estão livres de pedágio os motoristas que se deslocam pela rodovia Cezario José de Castilho (SP-321) para Iacanga ou na rodovia comandante João Ribeiro de Barros (SP-294) para Duartina ou Marília.

Bauru cercada por pedágios (para ver os mapasclique aqui)

São Paulo é outra cidade ilhada por pedágios. Mapa da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) mostra que quatro rodovias estaduais e três federais partem de São Paulo, além das praças no trecho Oeste do Rodoanel.
Acir Mezzadri, coordenador do “Fórum Nacional Contra o Pedágio”, ironiza a situação de São Paulo:  “Logo teremos pedágios no caminho da roça, é uma aberração”.
Segundo o professor de Economia da Universidade Federal Fluminense (RJ) Carlos Enrique Guanziroli, os pedágios aumentam os custos de alimentos e materiais de construção e podem levar empresas à falência. “Quando você coloca pedágio, as pessoas procuram outro shopping, outro restaurante onde não haja essa cobrança. Algumas empresas poderiam entrar em falência”, diz o especialista.
Para Francisco Pelucio, do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas de São Paulo e região (Setcesp), no final das contas o ônus do pedágio recai sobre o consumidor final. “O frete mais o pedágio encarecem o produto, e o custo é embutido no preço de venda. Quem realmente paga é o consumidor”, afirma.
Para saber mais: FETECPRViomundoFolha de São Paulo

http://mariafro.com.br/wordpress/

TIJOLAÇO - “Civilidade” do PSDB e de Serra é uma fraude


clique para ampliar
Imagine se o PT, o PDT ou outro partido que apóia Dilma tivesse no seu site oficial um link para outro site – também registrado em nome do partido – intitulado “Gente que Mente” , dedicado exclusivamente a atacar o tucanato, o que aconteceria. Folha, Globo, Estadão, todos eles estariam caindo em cima: “Dilma monta site para atacar adversários”, não seria um título plausível para este caso?
E se sucederiam notas e artigos protestando contra a baixaria… Alguns dirigentes gaguejariam, diriam não concordar com isso, que a campanha teria de ser de “alto nível”, com propostas, não com ataques pessoais…Logo iam pedir – e levar – a cabeça do “interneteiro” responsável, que teria seu rosto exposto nas páginas e, isolado, ia acabar dizendo, sob a incredulidade geral, que a direção do partido e a candidata não sabiam de nada. Ninguém iria acreditar, e com razão…
Pois bem. Desafio publicamente a direção do PSDB, o senhor José Serra e a grande imprensa brasileira a dizerem se não é exatamente isso que o PSDB – sob as ordens diretas do Sr. Eduardo Graeff, ex-secretário de FHC, coordenador da campanha serrista e membro da Direção Nacional do PSDB -  está fazendo. Faz e faz com a cumplicidade geral.
Reproduzi a página do site oficial do PSDB (www.psdb.org.br), tomada às 22:30 de hoje. Ali há um banner rotativo (onde os links se sucedem) apontando para o site www.gentequemente.org.br , dedicado a publicar acusações e chamar de mentirosos Lula e Dilma. O mesmo nome, só que com a terminação com.br, está registrado no mesmo nome da empresa que faz o site www.amigosdoserra.com.br, a DDM.
clique para ampliar
Este  site não é de terceiros. Pertence ao PSDB, à direção nacional do partido, conforme você pode verificar com a página de registro no Comitê Gestor da Internet no Brasil.
O candidato José Serra age fraudulentamente quando elogia o governo Lula e diz que vai fazer uma campanha civilizada e de propostas, enquanto estimula que, sob a responsabilidade direta de seu partido, a guerra suja se espalhe na rede.
Não é um militante pró-serra que faz o site. Não é um parlamentar pró-serra. É o partido, é a instituição.
Eu ofereço os documentos, as provas. Mais que isso não posso fazer. Não posso ir à Justiça Eleitoral e à Cível em nome de Lula ou de Dilma, muito menos do PT. Posso ir à tribuna, nos poucos segundos de que um parlamentar dispõe nas sessões da Câmara. Posso publicar aqui. Posso combater sozinho, se não houver quem tenha a coragem de enfrentar as armações.
Mas, sozinho, posso pouco. Que aqueles que podem muito assumam suas responsabilidades.
Ou vamos ficar quietinhos, enquanto o jogo sujo – e milionário – campeia na rede?


sábado, 24 de abril de 2010

SERRA = Programa Estadual de Desestatização




EDITORIAL - O EXTERMÍNIO DO PATRIMÔNIO PÚBLICO


 Ressuscitado pelo Decreto 51.760/2007, de 18 de abril último, o PED (Programa Estadual de Desestatização) ameaça agora dar cabo do patrimônio que restou ao povo de São Paulo, passada a onda privatizante dos anos 90. A determinação do governador José Serra atribui “à Secretaria da Fazenda a incumbência de proceder a coordenação dos estudos técnicos relativos ao levantamento, avaliação, modelagem e execução de venda de participações societárias detidas pelo Estado e dá providências correlatas”.
     Obedecendo a ordem, conforme divulgado pelo jornal “Valor Econômico”, de 27 de setembro, estão sendo analisadas para venda 18 empresas. Entre elas, Cesp Paraná, Nossa Caixa – sendo essas as que mais despertam o apetite dos potenciais compradores –, Sabesp, Metrô, CDHU, Cetesb, CPTM, Dersa, Emae, Cosesp, Prodesp, Imprensa Oficial do Estado, EMTU, CPOS, IPT, Emplasa, Codasp e CPP.
     Levada a cabo, a intenção anunciada exterminará todas as possibilidades de controle público sobre serviços essenciais como energia, transporte e saneamento, planejamento estatal e até pesquisa tecnológica. O Governo também abre mão do seu papel de indutor do desenvolvimento.
Filme ruim reprisado
     A decisão não seria tão grave se os brasileiros em geral, e os paulistas em particular, já não tivessem tido provas de sobra do equívoco que isso representa. Como se sabe, o processo de venda das empresas públicas aconteceu da pior forma possível e alcançou nefastos resultados, notadamente no setor elétrico, que registrou aumento vertiginoso de tarifas, queda na qualidade dos serviços e culminou com um racionamento de energia em plena entrada do século XXI pela falta de investimentos.
     Seguindo o modelo imposto ao País – mas não acatado por todos os estados –, desmontou-se em São Paulo a estrutura que vinha sendo bem-sucedida. Foi assim promovida a chamada “desverticalização” do setor. Com isso, a Cesp, principal empresa do Estado, deu origem às geradoras Cesp Tietê, Paranapanema e Paraná, à distribuidora Elektro e às transmissoras Cteep e EPTE – as duas últimas unificadas mais tarde.
     O segundo grave problema foi a entrega do patrimônio público, erigido à custa do contribuinte e do trabalho de técnicos dedicados e qualificados, a valores vergonhosos. Em outubro de 1999, a Cesp Tietê foi vendida ao grupo estadunidense AES por R$ 938 milhões – com financiamento de R$ 360 milhões a juros subsidiados do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). A Cesp Paranapanema foi vendida à Duke Energy por R$ 1,2 bilhão. Considerando as potências instaladas dessas empresas à época, 2.651MW e 2.307MW, respectivamente, o preço por kW instalado foi de aproximadamente US$ 1 mil e US$ 660. Evidentemente, isso é incrivelmente inferior ao investimento que esses compradores teriam de fazer para construir usinas com a mesma capacidade de geração.
     Com algumas variações, os mesmos vícios se verificaram nas vendas da Elektro, Eletropaulo, CPFL, Bandeirante e Comgás, que não escaparam da liquidação. Com essas, foi-se a comercialização do gás em São Paulo e toda a distribuição de energia elétrica, o que equivale a um mercado de 8.555GW fornecidos a 13,4 milhões de consumidores. Em junho último, acabou por ser vendida a Cteep.


sexta-feira, 23 de abril de 2010

A CAMPANHA GLOBO-SERRA





Por Marcelo Salles



A campanha da TV Globo para o seu candidato do coração, José Serra, merece atenção especial ainda que já tenha sido retirada de circulação. Para quem não viu, um resumo: a pretexto de comemorar seus 45 anos de vida, um vídeo de trinta segundos reúne os principais “astros” da emissora que, com frases curtas, enviam uma mensagem na linha de “o Brasil pode mais”, slogan da campanha serrista, cuja legenda é a de número 45. “Muito mais vontade de querer ainda mais qualidade” e “é por você que a gente faz sempre mais”, dizem os “artistas” e “jornalistas” da empresa. Reparem a ênfase no “mais”, a que Serra tem se prendido para convencer os brasileiros de que é o “Pós-Lula”. No youtube: http://www.youtube.com/watch?v=qTf0SYnNMNk.

A Globo iniciou as transmissões, de fato, há 45 anos, no glorioso ano de 1965. Ou seja, apenas um ano depois do golpe de Estado que, sob a batuta da CIA, seqüestrou, torturou e assassinou milhares de brasileiros. A Globo apoiou a ditadura e foi apoiada por ela. Daí Armando Falcão, um dos ministro da Justiça da época, ter dito no documentário “Muito Além do Cidadão Kane”: “Roberto Marinho foi revolucionário de primeira hora”.

No entanto, vale ressaltar, em nome da História, que os primeiros dois contratos entre Roberto Marinho e o grupo Time Life foram assinados em 1962, em Nova York, segundo registra Daniel Herz no livro “A história secreta da Rede Globo”. No papel, a emissora tem, portanto, 48 anos.

Voltando à peça publicitária em favor de José Serra: o PT enxergou o óbvio e exigiu a retirada da campanha do ar. Foi atendido. Só que essa história não pode terminar aqui. Esse fato é extremamente grave e vai além, muito além, do uso de uma concessão pública para fins privados. Também vai além do uso de uma concessão pública em favor de um grupo político neoliberal que, em última análise, defende a exploração do povo brasileiro e legitima o assalto às riquezas do país.

A peça publicitária da TV Globo é uma poderosa arma simbólica, que só pôde ser percebida como tal porque contém elementos passíveis de serem relacionados à campanha de José Serra: o ano eleitoral, o número 45 e a repetição da palavra “mais”. Por isso, ela rompeu a fina barreira entre a programação regular da emissora e aquela destinada ao “horário eleitoral gratuito”, invariavelmente anunciado com fado por apresentadores de telejornal.

Agora, quem luta pela democracia no Brasil não pode achar que essa história termina aqui. E nem acreditar que essa batalha foi vencida só porque a peça Globo-Serra foi retirada do ar. O que devemos fazer é avançar. A esquerda, como um todo, deve compreender a importância das disputas simbólicas, entendendo, por exemplo, que toda a programação das emissoras comerciais está repleta de mensagens a serviço do projeto neoliberal: egoísmo, individualismo, racismo, preconceitos, segregacionismo, medo, Estado fraco. O sistema capitalista nunca é questionado – para as corporações de mídia, é como se não existisse outra maneira de organizar a vida.

Esse enfrentamento não pode ocorrer apenas nos períodos eleitorais. A mídia é, hoje, a instituição com maior poder de produzir e reproduzir subjetividades. Ou seja, a mídia é essencial para determinar formas de sentir, pensar, agir e viver tanto de indivíduos quanto de instituições. Se queremos formar uma sociedade democrática, todo o sistema midiático deve ser reformulado. E esta é uma batalha de todos os dias.


Porque Serra fala bem de Lula?





A Folha esquece





rede de corrupção tucana em SP pode explodir com o pedido oficial de quebra de sigilo no caso Alston. Esquema de pagamento de propinas inclui todos os governos tucanos desde 1995 até hoje. Lista de suspeitos é encabeçada por Robson Marinho, chefe da Casa Civil de Mário Covas,entre 1995 e 1997 e desde então conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. Ao longo de sucessivas gestões tucanas, a Alston 'ganhou' licitações importantes no Estado de SP, entre elas a venda de trens para o Metrô. A contrapartida era o pagamento de milhões de dólares por consultorias fictícias a empresas e laranjas ligados a setores do PSDB.. No governo Serra aumentaram os negócios com a Alston: de R$ 51 milhões na gestão Alckmin para R$ 69,5 milhões .Entre os suspeitos de recebimento de propina figuram , além de Robson Marinho, Mauro Arce, atual secretário de Transportes do governo Serra; Jorge Fagali Neto, irmão de José Jorge Fagali , atual presidente do Metrô; o ex-secretário de Energia de São PAulo e ex-genro de Fernando Henrique Cardoso, David Zylberstajn e o homem de confiança de Serra, Andréa Matarazzo.
         (Carta Maior, revisitando arquivos e nomes que a Folha esqueceu;23-04)



Como perder uma eleição ganha

Reproduzo artigo de Eduardo Guimarães, do blog Cidadania.com:

Este texto já foi escrito um bilhão de vezes por mim e por muitos outros, se me permitem o exagero. Trata da forma mais eficiente (sic) para um bom governante, extremamente popular e com seu povo vibrando de satisfação, conseguir perder uma eleição ganha simplesmente não fazendo a menor força para vencer.

Aliás, trata-se de um método de autofagia eleitoral que a ex-prefeita Marta Suplicy usou com enorme “competência” em sua campanha à prefeitura paulistana em 2008, dando minha cidade de presente para o boneco inflável do Serra enchê-la de água com excrementos até a tampa, entre outros danos que vem causando a São Paulo. Aliás, a obra kassabiana é o que tem feito sua popularidade mergulhar em queda livre.

A sorte da direita, porém, é a de que o paulista é o povo mais alienado da América Latina. Viajo por este país e por este continente há 30 anos e não conheço um povo mais inexplicável do que o do Estado e da cidade nos quais eu e minhas quatro ou cinco gerações de ascendentes vivemos. Só um povo assim para não se lembrar que quem lhe deu Kassab foi Serra.

Mas tudo isso seria contornável simplesmente porque São Paulo não é o Brasil e porque, além disso, um terço dessa enorme população tem miolos, de forma que a unidade federativa mais reacionária da América Latina pode conseguir eleger seus prefeitos e governadores reacionários o quanto quiser, mas está provado que não pode impedir o Brasil de ir para lado diametralmente oposto. 

Só que, para usar essa brecha para impedir que o país caia de novo nas mãos dos vampiros tucanos e pefelês, seria preciso travar o debate político em todas as frentes, não aceitando que a parte da imprensa aliada do PSDB infrinja a lei eleitoral ao não abrir mão de denunciá-la no amplo espaço que o PT teve e que terá na TV, que é onde acontece a eleição.

No segundo turno de 2008, em vez de Marta Suplicy permitir que sua campanha desandasse para a baixaria ao atacar a vida privada de Kassab da mesma forma suja com que a ex-prefeita sempre foi atacada, ela poderia ter usado o horário eleitoral para pelo menos perder bonito, fazendo uma denúncia que o PT nunca ousou fazer na TV em campanhas eleitorais, de que este, aquele e aquele jornal, tevê, revista, rádio têm lado devido a motivos escusos.

Mas o PT tem medo. A Globo faz uma vinheta para Serra e põe no seu espaço comercial mais caro (o intervalo do Fantástico, no domingo) e fica por isso mesmo. Ou seja: apesar de ter recuado depois que, como relatou o blogueiro Ricardo Noblat, um de seus advogados recebeu um aviso do próximo presidente do TSE, ministro Ricardo Lewandovsky, a emissora de Serra fez seu trabalhinho sujo.

Dezenas de milhões de Homers Simpsons assistiram, no domingo passado à noite, a uma propaganda de Serra dizendo que o Brasil quer mais em resposta ao seu bordão de que o Brasil pode mais. Está feito, minha gente. Propaganda para um lado só. Foi uma só e foi só o que bastou. 

O PT deveria ir à Justiça Eleitoral e pedir espaço no intervalo do Fantástico para pregar que concessões públicas não sejam usadas com fim eleitoral para um só dos candidatos. Deveria explicar que o espectro eletromagnético pertence a todos os brasileiros e não apenas aos eleitores de Serra, mesmo sendo eles os concessionários públicos.

Mas o mundo caiu sobre a cabeça do coordenador da campanha de Dilma na internet, Marcelo Branco, só por ele fazer uma observação no Twitter sobre o partidarismo descarado de uma vinheta televisiva em que até o logo da desculpa para ser feita, o dos 45 anos da Globo, usou fonte praticamente idêntica ao do logo do PSDB, e que aludiu sem parar ao bordão do Serra dizendo que o Brasil quer mais quando o tucano diz que ele pode mais – repetirei isso sem parar, também.

Em seguida, a mídia diz que Branco levou uma carraspana do PT por ter dito o que era preciso, por ter se contraposto a uma propaganda eleitoral absolutamente ilegal em favor de um dos pré-candidatos a presidente. É verdade? Dizem que não, que Branco foi, na verdade, efusivamente cumprimentado pelo PT. Que é mentira essa versão da mídia.

Só que quem cala, consente. Se é mentira que Branco foi advertido pelo PT por criticar a vinheta da Globo, advertência que a nota da coluna Painel da Folha desta quarta-feira diz que o publicitário recebeu, por que o partido não emite uma nota dizendo que o publicitário tem todo seu apoio pela crítica que fez? 

Aliás, uma curiosidade: o PT pretendia aceitar aquele absurdo? Se Branco não tivesse chiado, o partido assistiria impassível àquela propaganda explícita de Serra, com logo igual ao do partido dele e dizendo que o Brasil quer mais depois de o pré-candidato do PSDB dizer que o Brasil pode mais? Será possível que os petistas não tiraram uma só lição de 2008? 

Daí, alguns aloprados, desesperados pela falta de competência das lideranças petistas, inventam de jogar sujo questionando a sexualidade de uma pessoa ou comprando dossiês tentando vencer eleições perdidas. E quem é que paga o pato? Lula, Dilma, Marta... Ainda que, no caso da última, apesar de ser uma política com P maiúsculo, a ex-prefeita teve culpa no cartório em 2008, sim. Não vou tapar o sol com a peneira.

A militância petista está a um passo da desmobilização. O jornalista Mauro Carrara captou bem a situação em artigo amplamente reproduzido em blogs e sites pela internet e em listas de emails. Ele bem captou que estão transformando Dilma em Marta. É isso o que a direita faz com as mulheres na política, o que explica elas serem só dez por cento da classe política apesar de serem mais da metade da população brasileira.

Dilma tem tudo para ser eleita. O governo Lula é um sucesso. O povo quer sua continuidade. Contudo, começo a achar que o PT me subsidiará novo artigo igual a este que talvez eu tenha que escrever depois da eleição deste ano, um artigo que teria como título a frase “Como perder uma eleição ganha”.

O Brasil não tem dono... eles venderam tudo


Publicado em: Gazeta Mercantil (Nacional) em 5 de Julho de 1996

Uma negociação para modernizar o Estado Paulista

Por Fernando Dantas - de São Paulo


Governo pretende encolher a máquina e privatizar

O governo Mário Covas está preparando uma grande "reforma institucional", que vai mudar completa-mente a face da administração paulista. Um grupo de trabalho, formado por alguns dos principais secretários de Estado de Covas, está levando adiante a discussão, liderada pelo secretário de Governo e Gestão Estratégica, Antonio Angarita. A idéia é reduzir drasticamente o número de secretarias de governo, atualmente 22, e criar um "Grande Gabinete", com atribuições hoje dispersas por várias secretarias. Além disso, pretende-se extinguir, fundir, reestruturar, municipalizar e "devolver à sociedade" empresas, autarquias e fundações pertencentes ao estado. Para viabilizar uma vigorosa expansão da rede de metrô, o estado faria contratos de concessão para que o serviço fosse explorado em parceria com município e setor privado. Uma das propostas é que fundações como a Fundação do Desenvolvimento Administrativo (Fundap), TV Cultura e Fundação Seade (análise de dados), entre outras, não tenham mais verba própria garantida no Orçamento, a partir de 1997, e recebam por serviços prestados ao governo. A proposta acima não inclui a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Os debates dentro do governo paulista estão sendo feitos em cima de um projeto básico, a que teve acesso este jornal. Este projeto não é definitivo e vai exigir uma delicada costura política. Segundo uma fonte próxima ao governo paulista, é improvável que qualquer medida concreta da reforma institucional seja tomada antes das eleições municipais. Uma das informações que mais chamam a atenção no projeto é a intenção explícita e por escrito do governo de São Paulo de federalizar o Banespa e as empresas do grupo Banespa. A informação vem acompanhada de uma significativa ressalva: "Dependendo de negociações". Algumas idéias que constam do projeto são a extinção da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A.); a transferência do ensino de primeiro grau para os municípios; a municipalização da Saúde ou a transferência da sua execução para organizações sociais; o fim da atuação do Estado na função de esportes (passando à um papel basicamente de estímulo); a incorporação da Companhia de Seguros do Estado de São Paulo (Cosesp) à Nossa Caixa; a redução de quadros do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), quando houver alterações na estabilidade do servidor; ao extinção, a médio prazo, da Febem, e a transferência do Zoológico de São Paulo para o Município, entre outras. O projeto básico transforma as atuais 22 secretárias de Estado de São Paulo em catorze, em uma primeira versão, e em treze, numa segunda. Esta redução do primeiro escalão do governo paulista se dá basicamente através de fusões das antigas secretarias. As secretarias de Energia e de Transportes, por exemplo, se fundem na Secretaria da Infra-estrutura. As secretarias de Habitação, de Transportes Metropolitanos e de Recursos Hídricos, Saneamento e Obras se fundem na Secretaria de Desenvolvimento Urbano. A parte de Recursos Hídricos, porém, se fundiria à Secretaria do Meio Ambiente, para formar a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos. Estes são apenas alguns exemplos das várias fusões previstas pelo projeto (ver reportagem). As dez secretarias normais que surgem do novo projeto são as já mencionadas acima e as secretarias de Justiça, Cidadania e Assuntos Penitenciários; de Segurança; de Educação; de Desenvolvimento Econômico e Regional; da Saúde; da Fazenda; e da Criança, Seguridade e Reintegração Social. Além destas, haverá três ou quatro novas secretarias - dependendo da versão do projeto básico - que serão "extraordinárias". Segundo o projeto, a atuação das secretarias extraordinárias "permeia matricialmente todas as demais". Em uma primeira versão, de abril deste ano, as secretarias extraordinárias são as do Emprego, da Comunicação, da Cultura da Ciência e Tecnologia e de Ativos e Dívidas. Esta última é a única secretaria inteiramente nova que o projeto de reforma institucional está criando. Numa segunda versão, de maio, não consta a Secretaria da Comunicação, que estaria absorvida no Grande Gabinete. Afora as treze secretarias, há o "Grande Gabinete do Governador"', que é uma fusão das atuais secretarias do Governo e Gestão Estratégica, do Planejamento e Orçamento, da Administração e Modernização do Serviço Público, e da Casa Civil. São fundidos também no Grande Gabinete a Casa Militar, a Procuradoria Geral do Estado e a comunicação do governo. O objetivo do Grande Gabinete, segundo o projeto, é o reforço da capacidade de execução, coordenação e monitoramento das ações de governo. A reforma institucional não se limita ao secretariado, mas envolve profundamente as empresas, autarquias e fundações do Estado de São Paulo. Um dos principais exemplos é a extinção da Dersa. Um Departamento de Estradas de Rodagem (DER) reformulado, funcionando como uma "authority" de estilo americano - isto é, só com funções de regulação e supervisão -, substituiria a médio prazo os atuais DER, DERSA e o Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (DAESP). O processo de reforma administrativa de São Paulo está sendo conduzido com a maior discrição possível dentro ao governo. "Nós estamos evitando qualquer notícia antes de o projeto estar fechado; só vamos divulgar quando estiver integralmente aprovado", disse o secretário de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico, Emerson Kapaz. Kapaz é um dos integrantes do Conselho da Reforma Institucional do Estado de São Paulo. Os demais são o secretário da Administração e Modernização do Serviço Público, Fernando Carmona, o secretário da Fazenda, Yoshiaki Nakano, o secretário do Emprego e Relações do Trabalho, Walter Barelli, o secretário do Governo e Gestão Estratégica, Antonio Angarita, e o secretário de Recursos Hídricos. Saneamento e Obras, Hugo Marques da Rosa. Kapaz nega que as eleições municipais interfiram no calendário da reforma institucional. Ele acha que a reforma pode ser até facilitada pelas vacâncias no secretariado provocadas pela saída dos membros do PFL e de candidatos a prefeito. A reforma administrativa do governo paulista é sustentada, nos documentos da administração, por uma vasta argumentação política e gerencial. É lembrado por exemplo, que já na proposta do candidato Mário Covas, em 1994, constava que a primeira preocupação seria com o próprio governo, e que a máquina administrativa passaria por inédito processo de modernização. O primeiro objetivo da reforma, que o governo prefere chamar de institucional, é o redimensionamento do setor público, de forma a permitir que ele volte a estabelecer políticas publicas, a induzir o desenvolvimento e a regular e desregular. O segundo principal objetivo é delegar, desconcentrar e descentralizar competências, encargos, e responsabilidades. A reforma visa também viabilizar parcerias com a iniciativa privada, a obtenção de maior qualidade nos serviços públicos, a universalização do acesso às informações e decisões publicas e a dignificação da função pública, com a revalorização dos funcionários. Entre as diretrizes do programa, estão a de que o governo reassuma o comando na formulação e execução de políticas públicas e na seleção dos investimentos; o fortalecimento do Estado para as funções de regulação, desregulação e fiscalização; e a realização de parcerias, privatizações e concessões com a iniciativa privada. FUSÕES TRANSFORMARÃO AS 22 SECRETARIAS EM APENAS TREZE As treze secretarias previstas para o futuro formato do governo paulista são o resultado de uma complexa reestruturação das 22 secretarias atuais. Serão mantidas seis das secretarias atuais: de Segurança Pública, da Fazenda, da Saúde, da Educação, da Criança, Seguridade e Reintegração Social, e do Emprego e Relações do Trabalho. Há, porém, algumas pequenas mudanças nestas que serão mantidas. A Secretaria da Educação vai absorver os Esportes da Secretaria de Esporte e Turismo. A Secretaria do Emprego se torna secretaria extraordinária. E o nome da Secretaria da Criança é novo - atualmente, chama-se Secretaria da Criança, Família e Bem-estar Social. O quadro das fusões de secretarias é mais complexo. As secretarias da Administração Penitenciária, da Justiça e Defesa da Cidadania e a parte que cuida do menor infrator da Secretaria da Criança formarão a futura Secretaria de Justiça, Cidadania e Assuntos Penitenciários. A Secretaria de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico, a parte de Turismo da Secretaria de Esportes e Turismo e a Secretaria de Agricultura e Abastecimento formarão a Secretaria de Agricultura e Abastecimento formarão a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Regional. A Secretaria de Meio Ambiente e a parte de Recursos Hídricos da Secretaria de Recursos Hídricos, Saneamento e Obras formarão a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos. A parte de Saneamento e Obras se funde à Secretaria da Habitação e à Secretaria de Transportes Metropolitanos para formar a Secretaria de Desenvolvimento Urbano. A Secretaria de Energia e a Secretaria de Transportes se fundem na Secretaria de Infra-estrutura. Finalmente, há a fusão que levará à Secretaria Extraordinária de Cultura, Ciência e Tecnologia. Juntam-se os institutos de pesquisa da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, da Secretaria de Saúde e da Secretaria do Meio Ambiente com a Secretaria de Cultura e com a parte de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico. O projeto também define as atribuições das novas secretarias. Uma meta da Secretaria de Educação, por exemplo, é a transferência do primeiro grau para os municípios. A Secretaria de Desenvolvimento Urbano prevê duplicar o Metrô, privatizar os trens metropolitanos e conceder os serviços operados pela Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU). Na Secretaria de Saúde, a idéia é municipalizar ou transferir a execução para organizações sociais, retendo-se a capacidade de formulação de políticas públicas. Na Secretaria da Criança, Seguridade e Reintegração Social, está previsto o desenvolvimento de programas inovadores, como de renda mínima. A criação do Grande Gabinete do Governador visa desconcentrar as atividades executivas, retendo-se a formulação política e estratégica do Governo. Alguns dos objetivos do Grande Gabinete são a elaboração e acompanhamento do Orçamento, à definição da política de pessoal, o planejamento estratégico do governo, a representação do Estado em juízo e até a segurança do governador. As secretarias extraordinárias vão "permear matricialmente" todas as secretarias normais. Além das duas já mencionadas, será criada a Secretaria de Ativos e Dívidas. (F.D.) MUDAM AS EMPRESAS E AUTARQUIAS A reforma institucional de São Paulo vai promover profundas mudanças nas 57 empresas, autarquias e fundações do Estado de São Paulo. De acordo com a última versão do projeto, ainda em discussão, haverá um cardápio de opções para as 22 empresas do estado, indo da extinção, caso da Dersa, à reestruturação, prevista para a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Em relação ao Metrô, a idéia é, através de concessão, abrir parcerias com o município e o setor privado, para tornar possível uma rápida expansão. Também serão objeto de concessão a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU). A privatização atingirá a Fepasa, Eletropaulo, Cesp, CPFL, Comgás, Ceagesp e a Companhia de Desenvolvimento Agrícola de São Paulo (Codasp). A proposta, para a Companhia Paulista de Obras e Serviços (CPOS), e para a Empresa Metropolitana de Planejamento da Grande São Paulo (Emplasa), é transformá-las em autarquias. O Banespa e as empresas do grupo Banespa, caso o governo federal concorde, serão federalizados. A DERSA será incorporada ao DER, e a Companhia de Seguros do Estado de São Paulo (Codesp) incorporada à Nossa Caixa. A Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) será transformada numa "authority" reguladora e fiscalizadora. Nas autarquias, as mudanças propostas também são inúmeras. Em relação às três universidades estaduais (USP, Unicamp e UNESP), há a idéia de se vincular parte dos recursos orçamentários a serviços demandados pelo governo de São Paulo. Outra proposta é um fundo rotativo de bolsas de estudo para alguns fins específicos, como residência médica. Isto poderia ser o embrião de uma nova forma de financiamento do ensino universitário estadual. Faculdades municipais, como as de Medicina, em Marília e São José do Rio Preto, poderiam ser incorporadas às universidades estaduais. No Hospital das Clínicas, de São Paulo, e no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, a dotação do Tesouro poderia ser diminuída de forma gradativa, com aumento da participação do atendimento a convênios de saúde. O atendimento prioritário ao SUS seria mantido. O novo DER, que incorporará o DERSA, vai funcionar com uma "authority", com estrutura enxuta. O seu patrimônio, com 26 mil escrituras de imóveis, poderia ser usado para a geração de recursos. O transporte multi-modal seria incentivado. O projeto prevê a extinção de três autarquias: a Superintendência do Trabalho Artesanal nas Comunidades (Sutaco), que poderia ser recriada como "organização social"; a Guarda Noturna de Campinas, que poderia ser absorvida pelo Município; e Bolsa de Café de Santos. Em relação às fundações, as mudanças não são menos profundas. Existem quatro alternativas para cada uma: manutenção da autonomia financeira, reestruturação, transferência de funções e atribuições e devolução para a sociedade. No primeiro grupo, estão a Fundação Oncocentro de São Paulo, a Fundação para a Conservação e a Produção Florestal do Estado de São Paulo, a Fundação para o Remédio Popular (FURP) e a Fundação Pró-Sangue-Hemocentro de São Paulo. Está em estudo uma possível fusão das duas últimas. A reestruturação atingiria a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp); a Fundação do Desenvolvimento Administrativo (Fundap), com a possível extinção do IESP; a Fundação Padre Anchieta (TV Cultura); o Centro de Estudos e Pesquisa de Administração Municipal (Cepam), que a médio prazo poderia passar para o município; a Fundação Professor Dr. Manoel Pedro Pimentel (Funap), que deixaria de fazer assistência jurídica aos presos; e a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), que regularizaria seu quadro de pessoal. As fundações deste grupo não teriam mais verba própria garantida no Orçamento a partir de 1997, recebendo pela prestação de serviço. O orçamento para estes serviços permaneceria nas Secretarias. As fundações perderiam o monopólio na prestação de serviços para o governo. A exceção a estas regras ficaria por conta da Fapesp. No grupo de transferência de funções, a Fundação Estadual do Bem Estar do Menor (Febem) seria extinta no médio prazo, e a curto prazo a secretaria da Justiça passaria à cuidar do Menor Infrator. No grupo de devolução para a sociedade, o Parque Zoológico de São Paulo poderia ser transferido para o Município, e o Memorial da América Latina se transformaria em uma "organização social".