A fila de interessados no programa do governo federal, Minha Casa, Minha Vida era longa, na manhã de ontem, em frente à Secretaria de Habitação, na vila Fátima.
Anunciado em março, o programa prevê a construção de 1 milhão de moradias para famílias com renda de até dez salários mínimos. As inscrições tiveram início na segunda-feira e, até ontem, cerca de 1,6 mil famílias já haviam se cadastrado.
O sorriso da manicure Sidnéia Conselho de Oliveira Silva, 46 anos, disfarçava o sofrimento de dez anos pagando aluguel. “Já gastei cerca de R$ 23 mil com aluguel, que daria para dar de entrada em uma casa. Como meu marido ganha pouco, procuro ajudar indo de porta em porta oferecendo meus serviços de manicure. Muitas vezes foi assim que consegui comprar um pão ou uma mistura”, relatou Sidnéia.
Já o segurança Lourival Antônio, 35 anos, há 15 resolveu sair da casa de parentes e pagar aluguel para não depender de ninguém. “Minha esposa trabalha, mas como a renda dela não é fixa e as despesas mensais são, muitas vezes passamos bem apertados. Sendo contemplados pelo programa, além de termos uma prestação dentro do orçamento, estaremos pagando algo nosso e garantindo um futuro para nossos filhos”, comentou Antônio.
Aos 53 anos, a viúva Maria Júlia de Lima se orgulha de ter criado sozinha os cinco filhos, mesmo pagando aluguel a vida inteira. Ganhando uma pensão de apenas um salário mínimo, Maria Júlia conta sempre com a ajuda dos filhos, todos casados. “Metade do que ganho vai para o aluguel e o que sobra mal dá para me manter. Tendo minha casinha e com uma prestação baixa, o que economizaria de aluguel daria para me manter sozinha e ainda ajudar meus filhos, que tem criança pequena”, disse.
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Fonte: Diário de Guarulhos
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