Recentemente, a Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo, que apura o confronto entre policiais civis e militares ocorrido em outubro de 2008, apontou como responsáveis pelo conflito o governo do estado e a Polícia Militar. Naquele momento, o governador José Serra responsabilizou as centrais sindicais, especialmente a CUT, pelo conflito nas imediações do Palácio dos Bandeirantes, por essas entidades terem participado do ato em solidariedade aos servidores da Polícia Civil em greve.
Por Sebastião Geraldo Cardozo*, no Portal do Mundo do Trabalho
O jornal O Estado de S.Paulo teve acesso ao inquérito e verificou que a PM já havia comunicado à cúpula do governo o clima de tensão da manifestação. A informação foi encaminhada ao "gabinete de crise" composto pelos diretores da Polícia Civil, coronéis da PM e os secretários Luiz Antonio Marrey (Justiça), Ronaldo Marzagão (Segurança, hoje ex-secretário após pedir demissão diante de denúncias contra seu adjunto e também pela condução desastrosa do confronto entre as policiais Civis e Militares), e Sidney Beraldo (Gestão), reunidos na ocasião com o governador Serra.
Conforme cita o jornal, há depoimentos de policiais militares dizendo que foram usados como "iscas" e que não havia disposição do governo para estabelecer uma mesa de negociação. Nos bastidores da política, Serra é conhecido pelo "maquiavelismo" e por perseguir adversários. Não é a primeira vez que ele tenta responsabilizar a CUT e os movimentos sociais por sua incompetência, contando para isso com a colaboração de seus amiguinhos no PIG (Partido da Imprensa Golpista).
Este factóide do tucano aconteceu quando seu candidato nas eleições municipais, Gilberto Kassab, disputava o segundo turno com Marta Suplicy.
Ao iniciamos os debates regionais da conferência nacional de comunicação, precisamos estar cientes de que os trabalhadores, ao lado do conjunto dos movimentos sociais, devem aprofundar a pressão pela democratização da mídia por meio do acesso a canais que permitam apresentar diferentes visões — e não apenas o olhar de quem tem o rabo preso com uma diminuta fatia da sociedade.
* Sebastião Geraldo Cardozo é presidente da CUT-SP
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