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Os primeiros 100 dias do atual mandato do prefeito Kassab estão longe de corresponder à expectativa que ele criou na população durante a campanha eleitoral. A administração municipal voltou à rotina burocrática de acumular dinheiro em caixa – o saldo já chega hoje a R$ 4 bilhões – e não está cumprindo nenhuma das centenas de promessas que fez aos eleitores. O que tem chamado mesmo a atenção são os escândalos envolvendo a administração que pipocam nos meios de comunicação.
Denúncias de corrupção envolvendo cargos de confiança e funcionários da administração, fraudes em licitações para a compra de remédios e merenda escolar, e prática de corrupção por parte de fiscais em subprefeituras, são alguns dos escândalos que ganharam destaque na mídia. Ao mesmo tempo, o governo municipal dá seguidos exemplos de incompetência administrativa: falta de vagas em creches, atraso na entrega do uniforme e do material escolar, gasto excessivo em publicidade enquanto a cidade se afoga com as enchentes, e descumprimento de promessas importantes para a população, como a construção de novos corredores de ônibus.
Projetos polêmicos – caso da revisão do Plano Diretor Estratégico e a recuperação da Cracolândia, rebatizada de Nova Luz - abrem espaço para a ocupação urbana desordenada e para o mercado continuar ditando as regras do crescimento da cidade. E a proposta que concede à Sabesp, sem qualquer contrapartida à comunidade, a exploração dos serviços de água e esgoto por 30 anos, prorrogável por mais 30 – demonstra o imediatismo pragmático deste governo, em detrimento de uma visão estratégica de solução dos problemas estruturais de São Paulo.
Os escândalos e a inoperância do governo começam a se refletir nas pesquisas de avaliação da administração municipal. Levantamento do Datafolha divulgado em março mostrou que em cinco meses Kassab perdeu 16 pontos percentuais na sua aprovação, que era de 61% em outubro de 2008 e recuou agora para 45%.
Enquanto o presidente Lula estimula o crescimento econômico do Brasil investindo em obras, Kassab vem fazendo uma gestão com o pé no freio, guardando dinheiro e congelando investimentos em prejuízo do desenvolvimento da cidade. Com a crise internacional, esse quadro se agravou. O prefeito anunciou em janeiro um congelamento de R$ 5,5 bilhões do orçamento municipal, cancelando obras que poderiam abrir vagas de trabalho e manter aquecida a atividade econômica no município. Proibiu, por exemplo, as subprefeituras de gastarem em melhorias nos bairros e não liberou um centavo dos cofres públicos para erguer os três novos
hospitais que havia prometido na campanha. O congelamento afetou muito os investimentos sociais, prejudicando programas que funcionam como uma rede de proteção social para os mais carentes ou atingidos pela crise.
Nestes primeiros 100 dias de 2009 do governo DEM/PSDB os paulistanos não têm o que comemorar. São Paulo não está no rumo certo, como foi falsamente anunciado na propaganda eleitoral. A cidade vive um momento de indefinição por falta de um planejamento de longo prazo e a inexistência de projetos estruturantes que dêem conta das inúmeras demandas da população no campo do transporte, da educação, da saúde, da habitação e da cultura/esportes. O que se vê hoje é o governo municipal suscetível à influência de investidores privados, defensor dos grandes interesses econômicos, e permitindo o surgimento de graves irregularidades na administração pública. Kassab está tirando São Paulo dos trilhos e colocando de novo a cidade no rumo do caos e da desordem, como se via até o ano 2000.
Bancada de Vereadores do PT/SP
Ver. João Antônio
Líder da Bancada
Câmara Municipal de São Paulo
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