
Os bons negócio$ entre o Serra e a editora Abril continuam
Chicão Dois Passos, em seu blog
Os bons negócio$ entre o Serra e a editora Abril continuam
Chicão Dois Passos, em seu blog
Por mais lamentável, o entrevero no STF mostra que Gilmar Mendes compromete a instituição.
E as Excelências partiram para a briga. O fraseado solene das litigantes parecia indicar o comparecimento transcendente dos deuses da tragédia grega ou dos fantasmas de Ulpiano, Modestino e Gaio. Talvez uns e outros, sem excluir Sólon. Vale dizer, de todo modo, que a acusação dirigida pelo ministro Joaquim Barbosa ao presidente do STF, de destruir a Justiça brasileira, é a primeira manifestação pública e de grande peso a denunciar os comportamentos de Gilmar Mendes.
E no momento em que Barbosa invectiva, “Vossa Excelência quando se dirige a mim não está falando com seus capangas de Mato Grosso”, não me contive e anunciei aos meus espantados botões: o ministro lê CartaCapital. E mais: dispõe-se a repercutir as informações da revista, ao contrário da mídia nativa, obediente à omertà conveniente ao poder.
Nas nossas páginas, a destruição “da credibilidade da Justiça brasileira”, como diz o ministro Barbosa, tem sido um dos temas principais há um ano, ou seja, desde o instante em que Gilmar Mendes assumiu a presidência do Supremo.
Cito, em resumo, Wálter Fanganiello Maierovitch, ao lembrar que neste período “Mendes notabilizou-se pelo hábito de prejulgar” e “sobre antecipações de juízos (...) teceu considerações fora dos autos sobre financiamentos aos sem-terra e sobre a revisão da Lei da Anistia”.
“Na presidência, Mendes estabeleceu e sedimentou – escrevia na edição passada Fanganiello Maierovitch – uma ditadura judiciária (...) de maneira a transformar o STF numa casa legislativa onde o emprego de algemas em diligências policiais, em vez de lei, virou súmula.”
Carta Capital - Mino Carta
Investimentos pela metade
Desde 2005, Prefeitura gasta 44% do previsto em orçamento na ampliação dos corredores de ônibus
Felipe Grandin,Jornal da Tarde (JT)
felipe.grandin@grupoestado.com.br
Nos últimos quatro anos, a Prefeitura de São Paulo investiu menos da metade da verba prevista no orçamento para corredores e terminais de ônibus. De um total de R$ 1,2 bilhão, foram empenhados (comprometidos para gasto) R$ 559 milhões, o equivalente a 44%. Isso significa que deixaram de ser investidos R$ 715 milhões, o suficiente para construir cerca de setenta quilômetros de corredores ou 27 terminais como o Campo Limpo, na zona sul. Os dados foram extraídos do site da Secretaria Municipal de Planejamento, que disponibiliza informações a partir de 2005. Procurada, a assessoria de imprensa da Prefeitura não quis responder.
Nesse período, a gestão dos prefeitos José Serra (PSDB) e Gilberto Kassab (DEM) inaugurou apenas um corredor, o Expresso Tiradentes, antigo Fura-Fila. Com 8,5 quilômetros, o trecho liga o Terminal Mercado, na região central, ao Terminal Sacomã, na zona sul.
Nos dois anos em que ficou à frente da Prefeitura, Serra foi responsável pelo menor e pelo maior níveis de execução orçamentária em corredores e terminais. Em 2005, aplicou R$ 41 milhões - 13,9% do orçamento para a área. Em 2006, candidato a governador, o investimento quintuplicou, para R$ 219 milhões, ou79,8% do previsto.
Em 2007, quando ocupou o governo pela primeira vez durante um ano inteiro, Kassab diminuiu a verba para R$ 204 milhões (54,5% do orçado). Em 2008, candidato à reeleição, o prefeito cortou o investimento pela metade, para R$ 94 milhões (28,6%).
O Expresso Tiradentes consumiu a maior parte dos investimentos para corredores nos quatro anos analisados. Só nos últimos dois anos foram aplicados R$ 236 milhões. O orçamento não mostra os valores investidos em 2005 e 2006, pois não havia dotação própria - a verba era reunida na rubrica Fundo Municipal do Sistema dos Corredores Segregados Exclusivos para Tráfego.
A construção do Fura-Fila foi retomada por Serra e concluída por Kassab em 2007, dez anos e quatro prefeitos após o início das obras. Os prefeitos ampliaram o projeto original (de 8,5 km), lançado em 2006 por Celso Pitta, para 32 km, até Cidade Tiradentes, na zona leste. Do novo projeto, foram inaugurados apenas mais 2,8 km - do Ipiranga, na zona sul, à Vila Prudente, na zona leste.
Além do Expresso Tiradentes, o investimento mais relevante da Prefeitura em corredores foram os R$ 21 milhões aplicados na ampliação e reforma do José Diniz-Ibirapuera, na zona sul. E a implantação de um sistema binário no trajeto, que consiste basicamente em reorganizar as vias paralelas à principal para usá-las como opção de circulação.
No caso dos terminais de ônibus, entraram em operação três estações do Fura-Fila: Mercado, Sacomã e Sapopemba/Teotônio Vilela. Além desses, foi inaugurado o de São Miguel, na zona leste. No período, também foram aplicados R$ 21,7 milhões na construção do Terminal Campo Limpo, que deve ficar pronto este ano ao custo de R$ 26 milhões.
Para o consultor de trânsito Horácio Figueira, a baixa execução orçamentária mostra “falta de iniciativa e decisão política” do governo municipal. “A Prefeitura não prioriza o transporte coletivo, nem incentiva a migração do automóvel para o ônibus.”
PARA ONDE FOI?
715 MILHÕES
Foi o valor que deveria ter sido investido em corredores de
ônibus e construção de terminais, mas que não foi utilizado
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Fonte: Blog do Favre
Hoje no Valor novamente a “gestão” Kassab tenta fazer passar a situação financeira do município como “alarmante”.
O jogo é afirmar que as “previsões” orçamentárias eram razoáveis e a realidade péssima. A verdade é que as “previsões” visavam justificar a demagogia eleitoral e preservar o remanejamento à vontade do orçamento da prefeitura. A realidade é que a arrecadação é maior que a do mesmo período no ano anterior e que o dinheiro está no banco.
Como reconhece o artigo do jornal Valor, que nada diz sobre o caráter fantasioso e eleitoreiro das “previsões”; “O município de São Paulo fechou o primeiro trimestre com aumento real de 1% na receita tributária em relação ao mesmo período de 2008, levando em conta o IPCA. (…) Segundo o secretário de Finanças da prefeitura, Walter Aluisio Morais Rodrigues, a arrecadação do Imposto sobre Serviços (ISS), que responde por 21,6% do recolhimento tributário, permaneceu estável no primeiro trimestre. O desempenho melhor ficou por conta do IPTU, cobrado sobre a propriedade de imóveis, e da parcela de IPVA arrecadada pelo Estado e repassada à prefeitura, que fica com 50% do imposto pago sobre os veículos emplacados na cidade.”
Mas como Kassab não tem projetos, não tem prioridades, não tem objetivos, o dinheiro está no banco e transporte, educação, saúde e investimentos estão congelados. LF
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Fonte: Blog do Favre
Frase do leitor Francisco, em comentário enviado às 13:37 de terça-feira sobre o post publicado abaixo:
“Para a sobrevida dos jornais, o problema não é a internet, é a credibilidade”.
Qual o futuro da “velha” imprensa?, indaga meu bom colega Caio Blinder, correspondente do iG, em sua coluna de hoje, direto de Nova York.
Muitos jornalistas e leitores se fazem hoje esta pergunta. Pegando como gancho o filme “State of Play”, que aqui será “Intrigas de Estado”, segundo Blinder, “uma sessão-nostalgia para jornalistas para lá da meia idade, como eu”, ele escreve:
“A sessão-nostalgia do filme tem o ápice justamente quando rolam os créditos e vemos o processo de impressão e distribuição do papel-jornal. A cena é de doer, pois não dá para visualizar um happy-end para os jornais impressos. Aqui nos EUA é uma sucessão de más notícias, com jornais fechando, ameaçando fechar ou em regime de concordata. Como disse acidamente o comediante Stephen Colbert:
“Onde será impresso o obituário da indústria de jornais?”
Quem está ameaçando o futuro dos jornais? O primeiro suspeito é sempre a internet, o jornalismo online que é oferecido de graça o tempo todo e já chega às telas de 60 milhões de brasileiros.
Será mesmo só a internet a culpada pela debacle inexorável da imprensa de papel em nosso país? Há controvérsias…
Ao comentar este emblemático Caso Folha-Dilma, em que o jornal de maior circulação do Brasil se afunda cada vez mais ao tentar justificar uma inacreditável “reportagem” publicada no dia 5 de abril, o leitor Antonio Lúcio Rodrigues de Assiz escreve hoje no site Comunique-se:
“São essas práticas que ameaçam o futuro do jornalismo. Não são as novas tecnologias(…)”
Na própria Folha, uma solitária carta de leitor trata hoje do tema que o jornal gostaria certamente de esquecer. Escreve para o jornal Valmir de Costa, de Curitiba, Paraná:
“Em relação à reportagem `Autenticidade de ficha de Dilma não é provada´(Brasil, 25/4), a certa altura o texto diz que `o jornal cometeu um erro técnico: incluiu a reprodução digital da ficha em papel amarelo em uma pasta de nome `Arquivo de SP, quando era originalmente de e-mail enviado à repórter por uma fonte´.
Errado. O erro não é técnico, é ético. O texto tinha visivelmente a intenção de manchar a imagem de Dilma, qualificando-a como terrorista. Isso é erro técnico? Onde?”.
Desde o começo, todo o enredo desta história em que a Folha se enreda, é um clássico do antijornalismo que daria um outro filme, talvez mais emocionante do que o “State Of Play” do Caio Blinder. Se não, vejamos:
* Como o próprio nome indica, a sede da Folha fica em São Paulo, onde vive o principal personagem da matéria, jornalista Antonio Roberto Espinosa, ex-comandante da Vanguarda Popular Revolucionária. Mas a entrevista com ele foi feita por telefone, num total de três horas, pela repórter Fernanda Odilla, da Sucursal de Brasília. Não sairia mais barato escalar um repórter da sede para entrevistá-lo? Ou mesmo pagar uma passagem para Odilla conversar com ele pessoalmente sobre assunto tão delicado? Pelo menos, o jornal não erraria na grafia do nome dele e na sua qualificação profissional.
* Baseada na entrevista com Espinosa, cujos termos depois ele desmentiu em carta ao jornal, que só publicou dela um breve resumo muitos dias depois, a Folha deu a manchete de capa: “Grupo de Dilma planejava sequestrar Delfim”.
* Dilma, que também foi ouvida por telefone (não sei por que a Folha adora um telefone…), e teve uma entrevista de página inteira publicada na mesma edição, também mandou uma carta ao ombudsman, contestando o jornal:
“Apesar da minha negativa durante a entrevista telefônica de 30 de março (…) a matéria publicada tinha por título de capa `Grupo de Dilma planejou sequestrou de Delfim´. O título, que não levou em consideração a minha veemente negativa, tem características de `factóide´, uma vez que o fato, que teria se dado há 40 anos, simplesmente não ocorreu”.
* O grande “furo de reportagem” estampado na primeira página, sobre um sequestro que não houve, foi a reprodução de um documento com o carimbo “capturado”, suposta ficha policial de Dilma que a repórter teria obtido no Dops paulista, em que ela é acusada dos mais variados crimes, para o jornal poder provar, como queria, sua condição de perigosa “terrorista”, “assaltante” e “assassina”.
* Dilma denunciou também na carta a falsidade deste documento e o jornal pediu um tempo para provar, mobilizando sua equipe de “reportagem”, a autenticidade da dita cuja. Com sua habitual agilidade para apurar seus erros, a Folha publicaria 20 dias depois, no último sábado, sem chamada de capa, uma estranhíssima matéria sob o título “Autenticidade da ficha de Dilma não é provada”.
* Mais estranho ainda é que, desta vez, a matéria tem por procedência a Sucursal do Rio, e não a de Brasília, menos ainda a da sede, que, com sua competente equipe de repórter especiais, deveria estar mais do que interessada em esclarecer o caso.
* Sem conseguir provar a autenticidade da tal ficha policial, o jornal admite ter cometido dois erros. Só dois? Sim, a Folha reconhece que o documento não foi capturado nos arquivos do Dops, mas chegou à redação por e-mail, de fonte não revelada. Diz o jornal: “O segundo erro foi tratar como autêntica uma ficha cuja autenticidade, pelas informações hoje disponíveis, não pode ser assegurada _ bem como não pode ser descartada”.
* Como assim? Em carta enviada ao ombudsman (e até hoje não publicada pelo jornal), no mesmo dia da publicação da segunda matéria, desmentindo a primeira, embora de forma bastante constrangida e enviezada, Antonio Roberto Espinosa vai direto ao ponto:
“A ficha citada, na verdade, foi produzida recentemente por quadros que, na época da ditadura, eram subalternos, faziam o trabalho sujo dos porões. Hoje já estão aposentados, mas se sentem como os heróis do regime de terror e preparam armadilhas com o objetivo de desestabilizar uma virtual candidatura presidencial da atual ministra Dilma. Eu e alguns amigos fizemos uma pesquisa amadora na internet e descobrimos que o primeiro a divulgar a ficha falsa, e seu provável autor, é o hoje coronel reformado (na época major) Lício Augusto Ribeiro Maciel, o Dr. Asdrúbal, torturador e assassino de dezenas de pessoas em Xambioá. A seguir foi reproduzida por dois dos mais conhecidos blogs da direita mais reacionária, também alimentado por quadros subalternos do regime militar, o Ternuma, do notório coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, e o A verdade sufocada _ As histórias que a esquerda não quer contar, também mantido por sargentos e oficiais de baixo escalão dos porões”.
* Estas acusações contra Dilma pela internet, a que se refere Espinosa, circulam em forma de spam desde o ano passado, junto com aquela falsa ficha policial da primeira página da Folha e serve de base para os milhões de comentários anônimos com ofensas, agressões e acusações à ministra que infestam blogs e sites. Mas a culpa pelos erros da Folha não pode ser atribuída à internet: ninguém com um mínimo de responsabilidade publica este lixo sem checar a sua origem.
* No final da sua carta, Espinosa repete um desafio ao jornal, que bem poderia aceitá-lo para que os leitores possam tirar suas próprias conclusões:
“Da mesma forma que a repórter Fernanda Odilla, em resposta à minha carta, em 8/4/2009, agora a Sucursal do Rio também garante que a Folha dispõe das gravações de minhas entrevistas. Essas entrevistas por acaso são secretas? Constituem um segredo jornalístico, inexpugnável e à prova dos leitores? Por que a Folha insiste em dizer que tem, mas não publica as entrevistas? Eu já estou cansado de desafiar o jornal a fazê-lo. Na sua coluna de 12/4/2009, V.Sa. (o ombudsman) também informou ter sugerido à Redação que as publicasse, ainda que na Folhaonline, e reiterou sua sugestão. Além dos arquivos secretos da ditadura, temos agora também as entrevistas secretas da Folha de S. Paulo, que são uma arma da redação contra suas fontes, os leitores e a verdade?”
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Fonte: Balaio do Kotscho
A Folha era um jornal totalmente inexpressivo até a década de 70. Havia uma supremacia clara do Estadão, a Folha não tinha cara definida. Participou do coro de conclamação de toda a imprensa brasileira – menos a Ultima Hora - ao golpe militar de 1964, contribuindo à construção do plano de desestabilização do governo legitimamente eleito que teve a participação direta do governo dos EUA, assim como da hierarquia da Igreja Católica, dos partidos de oposição e das grandes entidades empresariais.
Por Emir Sader
Uma vez dado o golpe, o apoiou, assim como a instalação da ditadura militar, acobertou todos os crimes da repressão, reproduzindo as mentirosas versões oficiais, assim como todos os outros jornais.
Nos anos 70, Claudio Abramo assumiu a direção do jornal, na tentativa da família Frias de conquistar graus de credibilidade, que o jornal nunca tinha tido. A nova orientação, valendo-se da hegemonia da orientação liberal que triunfava na oposição, levou o jornal a ganhar uma identidade de jornal democrático, pluralista.
A abertura gradual de espaços opositores, depois da derrota da resistência armada, e o caráter conservador do Estadão, possibilitaram a aparição de um espaço que a FSP soube aproveitar.
A imagem da FSP como expressão da “sociedade civil” ficou graficada nas fotos que o jornal fazia anualmente com representantes dela, que eram fotografados em cima do prédio do jornal, pretendendo consolidar a marca do jornal como representante orgânico da sociedade civil, espaço opositor ao regime. Colunistas progressistas se somavam a espaços para artigos na pagina 3 de intelectuais e dirigentes opositores consolidaram essa imagem do jornal. A campanha pelas eleições diretas teve no jornal seu instrumento mais direto, enquanto as lutas sociais encontravam cobertura antes restrita à imprensa alternativa.
Essa imagem se consolidou e se prolongou mais além da direção de Claudio Abramo. Ao longo da década de 80 o jornal se beneficiou dessa imagem, que se firmou quando o jornal se colocou na oposição ao governo Collor, diferenciando-se do resto dos jornais. Foi o seu momento de maior prestígio e de maior tiragem. Dos seus leitores vinculados a partidos, a maioria era do PT. Tinha colunistas, às segundas-feiras, como Marilena Chaui, Florestan Fernandes, Paulo Sergio Pinheiro, Darcy Ribeiro, abrigava outros intelectuais de esquerda na sua página 3, dava cobertura jornalística que o diferenciava claramente do Estadão e do Globo.
O declínio da FSP veio com a ascensão de FHC ao Ministério de Economia do governo de Itamar e com o lançamento do Plano Real. Nesse momento o jornal já era dirigido por Otavio Frias Filho, acompanhando o mesmo mecanismo de oligarquia familiar que se dá no Globo, na Editora Abril, no Estadão. A combinação desses fatores apontou para a decadência irreversível do jornal desde o governo FHC, consolidando-se no governo Lula.
A identificação com a elite branca dos jardins paulistanos – em que coincide rigorosamente com a elite tucana – foi fazendo do jornal um componente essencial da nova direita brasileira. Neoliberal na economia, liberal com os traços autoritários e discriminatórios no social e no político, pretensamente sofisticado, mas na verdade provinciano no plano cultural.
A adesão expressa ao tucanato fez com que o jornal baixasse de mais de 600 mil exemplares de tiragem, a menos de 300 mil em 10 anos, com uma queda que não se detêm – apesar do esforço desesperado do apelo aos brindes. Além de que o publico do jornal ficou muito seletivo – centralmente tucanos e classe média alta e burguesia.
A adesão aos tucanos e a feroz e obscurantista oposição ao governo Lula fez com que o jornalismo perdesse toda qualidade. Tudo passou a ser editorializado no jornal. Todos os colunistas – à exceção de José Simão – passaram a ser iguais. O jornal chegou a cobrir as eleições internas do PT sob a rubrica do “mensalão”, a grande sacada jornalística do jornal, com que acreditou que derrubaria a Lula. Na sua histeria chegou a publicar na primeira página o artigo de um suposto psicanalista, que dizia que o governo Lula tinha assassinado a mais de 100 pessoas no acidente da Tam em Congonhas.
Houve uma radical perda de credibilidade da FSP, que era seu diferencial, tornando-se um jornal tucano e serrista, que editorializa todo o jornal, revelando uma incapacidade para compreender o governo Lula e sua imensa popularidade, assim como as transformações que o país vive. (O Força Serra Presidente é uma sacada muito real para caracterizar o tucanalhanato de todo o jornal, em particular da editoria política e dos cronistas políticos, assim como da família proprietária da empresa.) Alguns cronistas tentam enganar que fazem criticas de esquerda ao governo, mas não conseguem esconder suas penugens tucanas.
Intelectuais de esquerda são entrevistados a cada tanto tempo ou se lhes dá espaço de artigo, contanto que se reservem a criticar o governo e o PT, sem qualquer critica à direita, menos ainda ao monopólio de imprensa da direita.
O FSP (Força Serra Presidente) revela que vai jogar ainda mais pesado na campanha presidencial, em que seu candidato e eterno colunista será o candidato da direita. O episódio da “ditabranda” e o da publicação de uma ficha falsa da Dilma, retirada de um site de extrema direita, de ex-oficiais das FFAA a favor da ditadura, confirmam isso. A perda de assinaturas e de tiragem do jornal os exaspera, a crise econômica vai chegar em cheio a toda a imprensa escrita – já chegou à Editora Abril, salva por enquanto por Serra com a compra dos fascículos -, que tira muito menos do que dizem e se dão conta que vai minguando cada vez mais também as publicidades.
É o episódio final, sem pena nem glória, de uma imprensa que chancelou o golpe e a ditadura militar, foi o sustento central do governo FHC, foi derrotada duas vezes por Lula e se desespera com a hipótese de ter que ficar na oposição outro período mais. Nunca confessou, mas confirmou com o silêncio, ter emprestado carros da empresa para a repressão da ditadura. (Como se sentem supostos esquerdistas que trabalhar lá diante disso? Nem se pronunciaram sobre a “ditabranda”, revelando que já não lhes sobra nada de caráter, que estão plenamente comprometidos com a empresa, à qual muitos emprestam seus nomes para constar no comitê editorial.)
O filho do proprietário original é eleito e reeleito como editor chefe do jornal, reproduzindo o mecanismo de uma empresa de oligarquia familiar. Ele só ocupa esse cargo, porque é filho do seu pai, como seu nome indica. Nenhum outro mérito, salvo membro a segunda geração de uma empresa familiar. Nenhuma democracia rege na redação do jornal. O consolo é que, ainda que tivesse filho, não poderia colocar a sucedê-lo, porque é a ultima geração dessa imprensa escrita no Brasil.
A manchete do Jornal da Tarde (JT) anuncia que “Já tem casa pronta à venda no programa da habitação”. É uma excelente notícia que concerne as famílias com renda entre 3 e 10 salários mínimos que podem utilizar o programa “Minha Casa, Minha Vida” para comprar imóveis prontos. A única condição para fazer parte do programa é que o “habite-se” tenha sido expedido após o 26 de março.
Outra excelente notícia é que mesmo com a oposição de José Serra e sem os incentivos que poderia se esperar do governo do Estado se apoiasse o programa do governo federal, as maiores cidades do Estado de São Paulo já aderiram ao programa e assinaram os termos do acordo com a Caixa. A informação é do jornal Agora.
A terceira e ótima notícia é que o governo federal, via a Caixa, ampliou o crédito para os materiais de construção dos que desejam ou precisam reformar sua moradia.
O programa federal de moradia está deslanchando e motivando as pessoas a procurar seus beneficios, gerando um crescimento da demanda e da construção o que redunda em empregos e crescimento da economia.
As maiores vendas foram de imóveis de dois dormitórios, que representaram metade do total negociado no mês de fevereiro. Já o nicho de três dormitórios ficou com fatia de 37,0%. Unidades de quatro dormitórios ou mais foram responsáveis por 13,1% das vendas.
“O mercado vive momento de boas perspectivas, em razão do lançamento do programa “Minha Casa, Minha Vida” e da ampliação de teto para crédito habitacional tabelado de R$ 350 mil para R$ 500 mil”, avalia Alberto Du Plessis Filho, vice-presidente de Tecnologia e Relações de Mercado do Secovi-SP.
A oposição do governador Serra está tão isolada que até a prefeitura de São Paulo afirma “estudar” sua participação ao programa “Minha Casa, Minha Vida”. Mogi das Cruzes que é administrada pelo DEM informou que haverá isenção e redução do IPTU para famílias que participarem do programa. A cidade de Marília, administrada pelo PDT, decidiu isentar de ISSQN as construtoras e do IPTU os mutuarios enquanto estiverem pagando os imóveis. (veja mais embaixo o quadro publicado pelo jornal Agora).
A pressão é tanta e a aspiração a um teto decente é tão grande que não têm politicagem e mesquinharia que resista. E José Serra vai ter que engolir o programa “Minha Casa, Minha Vida” no Estado de São Paulo.
Tanto é assim que, segundo a coluna “Panorama Político”, do jornal O Globo, Aécio e Serra “chegaram à conclusão que o programa vai sair do papel e que a opinião pública não entenderia se ambos não participassem desse esforço. Por isso, estão conversando sobre a forma de se inserir e estudam a liberação de terrenos públicos em seus estados, onde seriam feitas as construções por empresas privadas”.
Esperemos que assim seja. Não tem desmérito reconhecer estar errado de torcer contra a casa própria, passando depois a assumir uma nova postura. Serra pode e deve recuar, aprovar redução de impostos e doação de terrenos para que o programa beneficie o maior número de famílias possíveis.
Esperamos que prevaleça o bom senso e que o governo do Estado se some às cidades pioneiras na adesão ao programa habitacional. LF
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Fonte: Blog do Favre
Apenas começavam a circular as informações sobre o câncer da ministra Dilma Rousseff, que a especulação sobre sua candidatura ganhou a página dos jornais.
Em 1980, às vésperas de ser eleito presidente da França, François Miterrand foi diagnosticado de um câncer. Apenas empossado começaria seu tratamento e durante 14 anos governou sem que a maioria dos cidadãos de seu país soubessem da doença do seu presidente. Diferentemente do tumor da Dilma, o câncer do presidente francês podia ser retardado, mas era incurável.
Mas enquanto na França a doença do presidente era ocultada aos seus cidadãos, aqui a transparência foi total mostrando que se pode lidar, sim, com a ação política e ao mesmo tempo enfrentar o tratamento de uma doença séria. José Alencar que o diga, ele que com sua coragem e força de viver, serve de guia aos que diariamente enfrentam desafios semelhantes.
Neste momento, tenho certeza que milhares de brasileiros torcem, junto com Dilma, para ela se recuperar rapidamente. Eu torço com eles pela saúde de nossa companheira. LF
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Fonte: Blog do Favre
Reprodução do blog do Nassif
Diz o Viomundo: O título é racista. Diz que Joaquim Barbosa teve um "dia de índio", ou seja, de "selvagem". "Selvagens" era também como os colonizadores europeus definiam os negros africanos para justificar a escravidão e a barbárie. Barbosa fez "coisa de índio", já que "de negro" seria explícito demais. A elite escravocrata brasileira entende muito bem esse tipo de recado. É discurso de ressonância no inconsciente coletivo. "Viu só, o que dá oferecer a eles uma chance?".
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Fonte: Viomundo - Luiz Carlos Azenha
Comentário do Viomundo: Gilmar Mendes "aparelhou" a Central do Cidadão, que agradece em nome "de sua Excelência", não em nome do STF. Está usando dinheiro público para se promover.
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Fonte: Viomundo - Luiz Carlos Azenha
Vazou nesta segunda feira (provavelmente pelas mãos do juiz Ali Mazloum) o Relatório Protógenes Sobre a Mídia. Baseado em escutas telefonicas legais, Protógenes descreveu como Daniel Dantas conta com guarda costas disfarçados de jornalistas nas principais publicações do Brasil.
O ponto mais interessante (e mais óbvio) do relatório é o descritivo da conversa entre o empresário Naji Nahas e um cidadão chamado “Sérgio” na qual Nahas assegura que Diogo Mainardi é um aliado. É dita com todas as letras a frase “Mainardi está a serviço de Dantas”
Todos os quatro leitores da Revista Veja se mostraram muito satisfeitos com a confirmação de que Dantas e Mainardi movem um processo de união estável. Essas coisas é melhor assumir do que deixar os outros ficarem falando, não é mesmo, minha gente?
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Fonte: Blog Quanto Tempo Dura
Mas bem, no momento em que o deputado Rodrigo Maia do DEM, soltava nota à imprensa declarando apoio a Gilmar Mendes, um vereador do DEM era preso com notas fiscais frias em Alagoas. Que bonito!
A Polícia Civil de Alagoas prendeu hoje o vereador Paulo Sérgio Vieira (DEM), conhecido como Tarzan, do município de Carneiros, a 256 quilômetros de Maceió. Vieira é dono de duas empreiteiras e usou notas frias para prestar serviços a prefeituras do Estado. O parlamentar foi preso na casa dele. As notas fiscais frias foram apreendidas nas empresas de Vieira.
A operação foi deflagrada por promotores de Justiça do Grupo Estadual de Combate ao Crime Organizado (Gecoc), com o apoio da promotoria de Olho D''Água das Flores e de policiais ligados ao Núcleo Integrado de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Nircco). Segundo o Ministério Público (MP), depois de denúncias feitas ao Gecoc, o caso foi investigado e pela manhã foram cumpridos os mandados expedidos pelos juízes da 17ª Vara Criminal da capital alagoana.
Paulo Sérgio Vieira teve a prisão cautelar decretada e foi encaminhado à sede do Nircco, em Maceió, onde ficará à disposição da Justiça. Os promotores e integrantes do Nircco estiveram também na Secretaria de Finanças de Olho D''Água das Flores, também no Sertão alagoano, a 233 quilômetros de Maceió. Na prefeitura do município, eles apreenderam mais de 80 processos licitatórios com suspeita de irregularidades. Outras prefeituras supostamente envolvidas no esquema do vereador também serão fiscalizadas. Viu Rodrigo?
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Fonte: Amigos do Presidente Lula
Roberto Freire joga o nome do PPS no lixo
São coisas totalmente diferentes. O presidente Collor e sua ministra da Economia, Zélia Cardoso de Melo confiscaram a poupança. Já o governo Lula, e todos sabem disso porque foi amplamente noticiado, estuda meticulosamente e com muito cuidado, formas de remunerar a poupança do pequeno poupador.
O que houve de mais próximo disso na história do Brasil foi em 1989 quando, entre o 1º e o 2º turnos da eleição presidencial, propagaram o boato - sem fazê-lo em rede de rádio e TV - de que se Lula fosse eleito tomaria casas para distribuí-las a sem-teto e confiscaria a poupança. Confisco que Collor, eleito, fez.
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Fonte: Blog do Zé Dirceu
Os jornais engrossam o esforço para minimizar as conseqüências do grotesco bate-boca protagonizado na quarta-feira (22/4) pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, e o ministro do STF Joaquim Barbosa. A imprensa tenta esclarecer as divergências que democratizam o plenário da corte suprema, traçando os perfis dos magistrados, suas origens e tendências políticas, mas dá amplo espaço para declarações segundo as quais não há uma crise no STF.
Por Luciano Martins Costa, no Observatório da Imprensa
É como se o Brasil oficial, aquele que preenche a agenda política e alimenta o noticiário com suas declarações e querelas, pretendesse criar um limite para o que o público pode ou não pode saber sobre os bastidores dos poderes da República. Acontece que o episódio foi transmitido pela TV Justiça, ao vivo, e, capturado por internautas, está disponível para quem queira assistir. Mas recomenda-se tirar as crianças da frente do computador. O espetáculo não homenageia as instituições democráticas.
O Globo, que ultimamente tem aplicado certo humor de gosto duvidoso sobre temas de alta gravidade, saiu para o lado da galhofa. O texto em questão, que ocupa uma página inteira, compara a discussão entre os magistrados a uma briga de rua. Mas, no meio da blague, o autor do texto observa que a referência de Barbosa a supostos "capangas" de Gilmar Mendes produz "uma boa linha investigativa". Está aí, de fato, uma pauta que atiça a curiosidade dos leitores. Mas será que os jornais vão se interessar?
Maior apoio
E o que há por trás do desentendimento entre o presidente do Supremo Tribunal Federal, personagem corriqueira na mídia, e o ministro que se notabilizou por aceitar a denúncia contra os acusados do escândalo chamado de mensalão? Segundo revelam os jornais, além de desentendimentos pessoais de longa data, entre os quais despontam certas referências étnicas, os dois magistrados sustentam no plenário pesadas divergências de fundo doutrinário.
O ministro Joaquim Barbosa, primeiro e único representante de afrodescendentes a chegar ao Supremo Tribunal, defende a atuação agressiva da Polícia Federal e do Ministério Público nos crimes de colarinho branco. O presidente da corte, ministro Gilmar Mendes, manifesta-se publicamente contra o que chama de abusos nas investigações, e tem tomado decisões controversas em pedidos de habeas corpus de réus de grande repercussão.
Discretamente, a imprensa pende em favor de Gilmar Mendes, mas Joaquim Barbosa parece contar com maior apoio do público. A crise que a imprensa tenta abafar não deixa de existir se sair do noticiário.
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Fonte: Observatório de Imprensa
Nassif;
A saga das benesses para 2010 continua. Dá uma olhada nisto:
O esquema é o mesmo: sem licitação. Fonte: Diário Oficial de SP, dia 14 de março de 2009 - sábado.
E ainda se recorre a essa hipocrisia de “denunciar” passagens aéreas de parlamentares… Perderam a noção. Como estou com o dia enrolado, se alguém puder, peço que levante o link de todas as notas que já saíram sobre negócios entre o governo do Estado, a Abril e outros grupos de mídia.
Fonte: Nassif Online - Luiz Nassif
Joaquim Benedito Barbosa Gomes é o nome dele.
Conhecido como Joaquim Barbosa, apenas, ele é ministro do Supremo Tribunal Federal do Brasil desde 25 de junho de 2003, quando nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. É o único negro entre os atuais ministros do STF.
Joaquim Barbosa nasceu no município mineiro de Paracatu em 7 de outubro de 1954 (54 anos), noroeste de Minas Gerais.
É o primogênito de oito filhos.
Pai pedreiro e mãe dona de casa, passou a ser arrimo de família quando estes se separaram.
Aos 16 anos foi sozinho para Brasília, arranjou emprego na gráfica do Correio Braziliense e terminou o segundo grau, sempre estudando em colégio público.
Obteve seu bacharelado em Direito na Universidade de Brasília, onde, em seguida, obteve seu mestrado em Direito do Estado.
Prestou concurso público para Procurador da República e foi aprovado.
Licenciou-se do cargo e foi estudar na França por quatro anos, tendo obtido seu Mestrado em Direito Público pela Universidade de Paris-II (Panthéon-Assas) em 1990 e seu Doutorado em Direito Público pela Universidade de Paris-II (Panthéon-Assas) em 1993.
Retornou ao cargo de procurador no Rio de Janeiro e professor concursado da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Foi Visiting Scholar no Human Rights Institute da faculdade de direito da Universidade Columbia em Nova York (1999 a 2000), e Visiting Scholar na Universidade da California, Los Angeles School of Law (2002 a 2003).
Fez estudos complementares de idiomas estrangeiros no Brasil, na Inglaterra, nos Estados Unidos, na Áustria e na Alemanha. É fluente em francês, inglês e alemão.
O currículo do ministro do STF Joaquim Barbosa que vocês acabam de ler foi extraído da Wikipédia, mas pode ser encontrado facilmente nos arquivos dos órgãos oficiais do Estado Brasileiro.
“E o que mostra esse currículo?”, perguntarão vocês. Antes de responder, quero dizer que o histórico de vida de Joaquim Barbosa pesa muito neste caso, porque mostra que ele, à diferença de seus pares, é alguém que chegou aonde chegou lutando contra dificuldades imensas que os outros membros do STF jamais sequer sonharam em enfrentar.
Não se quer aceitar, nesse debate – ou melhor, a mídia, a direita, o PSDB, o PFL, os Frias, os Marinho, os Civita não querem aceitar –, que Joaquim Barbosa é um estranho no ninho racialmente elitista que é o Supremo Tribunal Federal, pois esse negro filho de pedreiro do interior de Minas é apenas o terceiro ministro negro da Corte em 102 anos, conforme a Wikipédia, tendo sido precedido por Pedro Lessa (1907 a 1921) e por Hermenegildo de Barros (1919 a 1937).
E quem é o STF hoje no Brasil? Acabamos de ver recentemente nos casos Daniel Dantas, Eliana Tranchesi etc. É o que sempre foi: a porta por onde os ricos escapam de seus crimes.
Joaquim Barbosa é isolado por seus pares pelo que é: negro de origem pobre numa Corte quase que exclusivamente branca nos últimos mais de cem anos, que julga uma maioria descomunal de causas que beneficiam a elite branca e rica do país.
Sobre o que ele disse ao presidente do STF, Gilmar Mendes, apenas repercutiu o que têm dito, em ampla maioria, juízes, advogados, jornalistas, acadêmicos de toda parte do Brasil e do mundo, que o atual presidente do Supremo, com suas polêmicas midiáticas, com denúncias de grampos ilegais que não se sustentam e que ele até já reconheceu que “podem” não ter existido – depois de toda palhaçada que fez –, desserve à instituição que preside e ao próprio conceito de Justiça.
Gilmar Mendes pareceu-me ter querido “pôr o negrinho em seu lugar”, e este, altivo, enorme, colossal, respondeu-lhe, com todas as letras, que não o confundisse com “um dos capangas” do supremo presidente “em Mato Grosso”.
Falando nisso, a mídia poderia focar nesse ponto, sobre “Mato Grosso”, mas preferiu o silêncio. Esperemos...
Recomendo-lhes que, depois de terminarem de ler este texto, voltem aqui e terminem de ler o currículo de Joaquim Barbosa na Wikipédia, clicando Aqui. Claro que muitos dirão que a Wikipédia é “aparelhada pelo PT”, sem darem maiores explicações sobre como e por que isso acontece. Mas eu concordo com o texto ali postado. A meu ver, está mais do que correto.
Finalmente, esse episódio revelou-se benigno para a nação, a meu juízo, pois mostrou que ainda resta esperança para a Justiça brasileira. Enquanto houver um só que enfrente uma luta aparentemente desigual para si simplesmente para dizer o que falam quase todos, porém sem que os poucos poderosos dêem ouvidos, haverá esperança. Enquanto um resistir, resistiremos todos.
Joaquim Barbosa é um estranho no ninho do STF, entre a elite branca da nação, e está sendo combatido por isso e por simplesmente dizer a verdade em meio a um mar de hipocrisia. O Brasil inteiro sabe disso e essa talvez seja a verdade mais importante, pois dará conseqüência aos fatos, se Deus quiser.
Credibilidade da Justiça
Ainda na noite de quarta-feira, horas depois do confronto entre Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa, na emissora de notícias por cabo Globo News o articulista do jornal O Globo Merval Pereira, já engajado na defesa de Mendes, saiu dizendo que a acusação de Barbosa de que o adversário estaria “destruindo a credibilidade da Justiça” não se sustentava por conta de pesquisas que dariam conta da alta credibilidade do poder Judiciário no Brasil.
É marota a opinião desse cavalheiro, pois ele distorce dados de uma pesquisa do IBGE recentemente divulgada pelo site Consultor Jurídico – tão bem conhecido de todos vocês. A pesquisa mostra que Justiça brasileira ocupa o 9º lugar em credibilidade entre as instituições do país. Pereira só não diz que tal confiança é algo mais alta do que as de outras instituições da República por conta, na maior parte, da Justiça do Trabalho e da Justiça Eleitoral.
Pioneiro do Movimento Negro vê racismo no STF
Na década de 40, quando o movimento negro era uma ilha, o dramaturgo Nelson Rodrigues cravava nas gazetas: Abdias do Nascimento é "o único negro do Brasil". E não houve quem o desmentisse. A "flor de obsessão" admirava no ator e ativista negro a "irredutível consciência racial", a coragem de esfregar a "cor na cara de todo o mundo".
Abdias, 95 anos, segue atento às novas gerações do movimento negro. Vibrou com a vitória do presidente Barack Obama, nos Estados Unidos. E hoje, a partir da leitura dos jornais, se "orgulha" da atuação do ministro Joaquim Barbosa no Supremo Tribunal Federal (STF). - "Estou orgulhoso de ter um juiz à altura da situação em que se encontram todos os milhões e milhões afrodescendentes" - declara.
Primeiro negro na suprema corte brasileira, Barbosa fez ontem acusações públicas ao presidente do STF, Gilmar Mendes. "Vossa excelência não está na rua, não. Vossa excelência está na mídia, destruindo a credibilidade do Judiciário brasileiro", atacou. Mendes pediu "respeito". Barbosa ainda prosseguiu: "Vossa excelência quando se dirige a mim não está falando com os seus capangas do Mato Grosso, ministro Gilmar. O senhor respeite."
Com esse revide, a briga tomou uma feição racial. Abdias não foge à pergunta: - Acho que houve, sim, um viés racista naquela maneira que o presidente do Supremo respondeu a ele, logo no começo da discussão.
Capangas protestam no Mato Grosso
Do blog Cloaca News:
Após tensa reunião, terminada com menos da metade do quórum inicial por causa da eliminação de vários participantes, o Sindicato dos Pistoleiros e Assemelhados de Diamantino emitiu nota oficial acerca dos recentes acontecimentos envolvendo sua laboriosa categoria. Diz o documento: "Nós, cabras, cabras-de-peia, cacundeiros, curimbabas, espoletas, guarda-costas, jagunços, mumbavas, peitos-largos, pistoleiros, quatro-paus, satélites e sombras deste rincão do Brasil Central, reafirmamos a confiança e o respeito (sic) ao Senhor Nosso Chefe, lamentando o episódio ocorrido na data de ontem".
Abaixo-assinado por Joaquim Barbosa
http://www.petitiononline.com/Ministro/petition-sign.html
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Fonte: Cidadania.com - Eduardo Guimarães