Estava consultando o programa de venda de computadores para professores, promovido pela Secretaria de Educação de São Paulo, a partir do link passado pela Mara (clique aqui) no post abaixo.
O que me chamou a atenção foi a Secretaria estar oferecendo computadores para professores, com financiamento, e ter incluído o programa Office, da Microsoft.
Na gestão Paulo Renato de Souza, no MEC, uma coluna minha, na Folha, impediu a consumação de uma compra de Office para as Universidades federais, promovida pela notória TBA, de Brasília. Na época, competidores ofereciam ou programas similares a um custo irrisório (a Lotus oferecia o Smartoffice, mais o Notes por 4 reais por cabeça) ou gratuito (caso do OpenOffice, da Sun).
Os representantes do MEC chegaram a discutir com os reitores, para pressioná-los a aceitar a oferta do MEC, de incluir os Office em um contrato-guarda-chuva celebrado com a TBA. Cada Office sairia por mais de R$ 200,00, um absurdo para compras maciças.
No caso da Secretaria da Educação, pode-se discutir se vale o Windows em lugar do Linux. Mas pagar pelo Office não tem a menor justificativa. Além disso, o Windows que vem no pacote da Secretaria da Educação é o inacreditável Home Vista, que exigiu que o computador tivesse 2 GB de memória RAM.
A lojinha da Secretaria
Tem mais.
Segundo nota na Secretaria:
O preço final do computador será definido após o Edital de Chamamento Público feito pela Nossa Caixa. Para referência, no varejo, um computador - com essa configuração - custa em torno de R$ 1.900,00 e o pacote Microsoft Office Standard sai por R$ 600,00. Portanto, se comprado no varejo, o computador do professor sairia por R$ 2.500,00. A estimativa é que, após o Edital de Chamamento Público - considerando a centralização e uma grande quantidade de computadores - o valor final para o professor seja de aproximadamente R$ 1.542,00 (redução de 38%).
Os valores estão superestimados.
Na Kalunga, o Office Home Student custa R$ 200,00 e pode ser copiado em três computadores (confira aqui). Ou seja, no varejo, sairia por R$ 66,00 por cópia. Estamos falando de preço de varejo. A única diferença com o Standard é que o primeiro tem o OneNote (muito mais útil para o professor) e o segundo tem o Outlook. Sem estar conectado em rede, o Outlook é um mero programa de emails e contatos.
Essa mesmo superestimativa foi utilizado nos valores dos micros.
A configuração dos computadores da Secretaria é a seguinte (não se divulgou o nome do fabricante):
Diz a nota da Secretaria que, se comprado no varejo, esse computador sairia por R$ 2.600,00 (R$ 1.900,00 do hardware, R$ 600,00 do Office).
Clique aqui para conferir o preço, na Kalunga, de um computador de raça, o Presário, da HP. A configuração é quase idêntica à da Secretaria. Falta apenas a tela e o wireless, mas o HD é maior e o gravador de DVD melhor. O preço é de R$ 1.399,00, nas lojas, em 10 vezes sem juros. Em compras de pacote, direto da fábrica, em grandes quantidades, sairia por menos de R$ 1 mil.
Aqui, um Presário com tela widescreen de 15′, por R$ 1.578,00 na loja.
Seria relevante que a Secretaria informasse quem é o fabricante, e porque se chegou a esses valores absurdos.
Os notebooks
Vamos comparar, agora, com preços de notebook para o consumidor final.
Agora, consultando o site das Lojas Americanas:
Notebook Z73 Dual Core T2390 1.86GHz 1GB 120GB DVD-RW 14″ Linux - Positivo |
R$ 1.600,00, na loja
E, agora, a prova do pudim: um notebook Dell, com uma configuração mais ampla, incluindo o Office 2007 Básico e o Vista Home. Preço para o consumidor final: R$ 1.847,00. Clique aqui.
Por EGF
Nassif.
Em 2007, a prefeitura de São Paulo teve a brilhante idéia de substituir o Linux por Windows. Clique aqui.
Lembrando, que o acesso a todas as tecnologias é importante. Porém, esse acesso deveria se dar através da compra de algumas licenças dessas tecnologias. E não da massificação compulsória através de “parcerias”.
Outro fato assustador, de arrepiar. Com direito a vídeo. No dia em que houve aquele seqüestro da menina em Santo André, só para registrar a data pois não lembro exatamente, eu assistia ao Bom Dia São Paulo quando fui tomado por um notícia assustadora: o governo de São Paulo fechava uma nova “parceria” com a Microsoft para que esta disponibilizasse emails para alunos das escolas públicas.
Por Miria Tilde
Publicado no Diário Oficial de 3 de fevereiro último está o contrato de locação de computadores para todas as escolas do Estado. São dois pequenos contratos, o primeiro de R$ 14 milhões e o segundo de R$ 43 milhões, vencidos pela empresa CTIS.
Será que alguém leu esses contratos e sabe como funcionará isso? Será que essa mesma lógica do computador do professor irá prevalecer? Será que vale a pena alugar computadores? Alguém viu alguma discussão sobre isso? (DOE página 119 (22) – 53 – Poder Executivo – Seção I
Falando em TBA, LN, o atual diretor executivo da empresa que ganhou a licitação de aluguel de computadores para as escolas paulistas era o Gerente de Produtos e Softwares da TBA Informática Ltda nos idos de 1995 a dezembro de 1999. (fonte: http://www.linkedin.com/pub/0/09a/008)
Mundinho pequeno esse da área de informática, não acha?
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Fonte: Nassif Online
Alugar computadores agora é o mesmo que dar um tiro no pé pois a evoluçaõ dos hardwares esta mais lenta que no passado e bem menos problematicos tendo em vista que hoje os computadores duram até tres anos para ficarem obsoletos , isso cheira a licitaçao arranjadas.
ResponderExcluirRenato