quinta-feira, 11 de junho de 2009

Bilhete único não é mais aceito na mesma catraca duas vezes seguidas

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Mudança implantada vale para bilhete do trabalhador e estudantil.

SPTrans diz que medida foi adotada para evitar fraudes.
Patrícia Araújo Do G1, em São Paulo 
 
O passageiro que usa vale transporte e bilhete estudantil em ônibus, metrôs e trens de São Paulo e tentou passá-lo duas vezes seguidas em uma mesma catraca nos últimos dias deve ter se surpreendido com o travamento do validador. Desde o sábado (6), a São Paulo Transporte (SPTrans), que coordena o sistema de bilhete único e do pagamento integrado do transporte público, ajustou as catracas dos veículos e estações para só permitirem a liberação da passagem em um mesmo ponto após um intervalo de 30 minutos, no caso do vale transporte, e 15 minutos, no caso do bilhete estudantil. 
 
A medida foi adotada, segundo a SPTrans,
 para fazer cumprir a legislação federal que determina que o benefício do bilhete para estudantes e trabalhadores é intransferível. De acordo com a empresa, muitos passageiros cediam o cartão para parentes e amigos usarem o transporte. A atitude é classificada como fraude pela prefeitura. 

A nova determinação vai afetar diretamente 1,4 milhões de pessoas que possuem cartões subsidiados pelas empresas e 800 mil estudantes. A medida não atinge os passageiros que usam o bilhete único comum. 

A mudança pegou muitos passageiros de surpresa. Na manhã desta quarta-feira (10), a reportagem do G1 conversou com usuários do transporte público na Estação Barra Funda do Metrô e em paradas de ônibus na Zona Oeste da capital paulista. 

“As pessoas tinham que ter sido informadas direito. Isso é uma mudança que vai prejudicar muita gente. Tem muita gente que divide um mesmo cartão para economizar um pouco. Como esse povo vai ficar?”, questionava o coordenador de projetos Emerson Pereira, de 30 anos. 

“Não estava sabendo de nada, mas é muito ruim. Muita gente ajuda o outro emprestando o bilhete. As vezes, as pessoas estão sem o dinheiro da passagem. Como elas vão fazer agora? Transporte público é um direito de todos. Agora eles querem piorar as coisas ainda mais”, protestava a secretária Vânia Torquato, de 28 anos. 

 
 A estudante Querem Hapuque não concorda com a medida


A assessoria da SPTrans informou que, desde o dia 2 de junho, todos os 15 mil ônibus da cidade estão circulando com a informação sobre a mudança no “Jornal do Ônibus”, espécie de cartaz afixado dentro dos veículos. 

A estudante de direito Querem Hapuque, de 22 anos, também não concorda com a medida. Ela usa bilhete estudantil há anos, e soube da mudança por amigos da faculdade. “Eu acho que se vai debitar do bilhete de qualquer jeito, não tem porque proibirem. Mas se eles acham que é necessário, vamos fazer o quê?”, disse ela, que pega um metrô e um ônibus por dia para ir ao trabalho e à faculdade. 
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Fonte: G1

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