Fabio Leite
Manobra da base aliada do governador José Serra (PSDB) na Assembleia Legislativa praticamente “enterrou” a CPI da CDHU, após quatro meses. Mesmo com depoimentos e documentos pendentes, governistas votam amanhã relatório final da comissão que apurava ação de máfia acusada de desviar R$ 135 milhões de obras da Companhia Paulista de Desenvolvimento Habitacional e Urbano entre 2001 e 2007 - período de gestões do PSDB no Estado.
Na sessão de ontem, os dois deputados petistas da CPI tentaram prorrogar a comissão por ao menos 22 dias, mas foram voto vencido - dos 9 integrantes, sete são da base aliada. O tucano Bruno Covas chegou a propor 15 dias, mas os governistas já tinham sob os braços o texto conclusivo do relator Roberto Morais (PPS), que ficou 40 dias afastado dos trabalhos. O relatório foi distribuído e a base serrista articulou para votá-lo em 48 horas.
“É um absurdo acabar com a CPI sem ter ouvido o presidente ou ex-presidentes da empresa. Todas as outras CPIs da Casa foram ou serão prorrogadas. Só a da CDHU que não. Isso mostra como eles têm medo de investigar esse escândalo”, criticou Ênio Tatto. O petista adiantou que ele e o colega Antonio Mentor vão apresentar voto em separado na quinta e um relatório paralelo da CPI.
Segundo o PT, a comissão termina sem coletar seis depoimentos já aprovados, entre eles o de Francisco Emílio de Oliveira, o “Chiquinho da CDHU”, considerado o mentor do esquema e um dos 29 condenados pela Justiça em agosto no esquema estourado pela polícia e Promotoria na cidade de Pirapozinho em 2007.
Liderados pelo tucano Milton Flávio, os governistas alegam que a CPI não apresentou “fato novo” e que “já cumpriu sua função”.
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Fonte: Jornal da Tarde - 04/11/2009
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