Barreiras para controlar o número de passageiros na plataforma duraram 45 minutos. Antes, usuários disseram que empurra-empurra havia sido transferido para outras áreas. Metrô culpa a chuva e vai retomar a experiência hoje
Daniel Gonzales, Marcela Spinosa e Naiana Oscar – Jornal da Tarde
O primeiro dia de mudança no embarque de passageiros na Estação Sé do Metrô no horário da tarde transferiu o empurra-empurra das plataformas para bloqueios montados por funcionários da empresa longe dos pontos de embarque e no topo das escadas. A operação, chamada Embarque Melhor, estreou às 17h30 e funcionou por 45 minutos, em vez de ir até as 19h, como programado. Na Estação Tatuapé da CPTM, o bloqueio foi até o horário previsto, mas causou filas de até 15 minutos do lado de fora. O objetivo dos testes, diz a Secretaria Estadual de Transportes Metropolitanos, é dar mais conforto aos passageiros. A maioria, no entanto, reclamou.
O secretário de Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella, que esteve na Sé e tentou orientar os passageiros e dar ordens no grito a alguns funcionários, disse que a suspensão da experiência na estação ocorreu por causa da chuva, que reduziu a velocidade dos trens em 30%. Os agentes liberavam a entrada de 30 passageiros por porta de trem. Como eles já chegavam lotados, o esquema saiu rapidamente de controle e os usuários começaram a se acumular também nas baias das plataformas, onde o embarque deveria ser rápido.
Para quem descia pelas escadas rolantes, um grupo de estagiários indicava o caminho. “Vem por aqui, Corinthians-Itaquera é logo ali”, cantavam e dançavam para os passageiros. Mas a gracinha não deixou de bom humor quem queria embarcar. Muitos estavam incomodados com o tumulto e por serem conduzidos sem saber o que ocorria. Todos tinham que passar por dois pontos de bloqueio até chegar aos trens. “Está uma confusão”, disse a gerente de loja Joelma Vieira, de 36 anos.
Houve também improvisação. Meia hora antes do início da operação, 200 orientadores já estavam nas plataformas. Alguns colavam setas e adesivos nos pilares, para orientar os passageiros, o que atrapalhou o embarque fora do horário de pico. No tumulto, até o secretário Portella tentou organizar a operação. Nervoso, ele gesticulava para que os passageiros seguissem até as plataformas e repreendia os funcionários. “Hoje está crítico”, disse um dos agentes, ao ser xingado por uma passageira. Mesmo com a confusão, alguns usuários acreditam que a medida pode dar certo, depois de ajustes. O advogado Vanderlei Reis, de 60, disse que percebeu uma melhora. “Levava 15 minutos para chegar à plataforma, hoje levei nove”, afirmou.
Na Estação Tatuapé da Linha 11-Coral da CPTM (Luz – Guaianases), os bloqueios dividiram a opinião dos passageiros. Em alguns momentos, grandes filas se formaram do lado de fora da estação e a espera para ingressar nas plataformas levava de 5 a 15 minutos. Só um dos três bloqueios previstos, o que fica nas catracas, entrou em operação ontem porque, diz a companhia, não houve movimento que justificasse o funcionamento. Cada trem deve ficar parado por 20 segundos nas plataformas, em vez de 30 segundos, tempo adotado até agora. O objetivo da medida é manter o intervalo de 5 minutos entre os trens.
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