Será que Serra e Kassab vão se sentir aludidos?
Flávio Freire – O GLOBO
Moradores da periferia de São Paulo sofrem com esgoto a céu aberto
SÃO PAULO. A pequena Luiza atravessa no cangote do avô a rua de sua casa, invadida por uma água barrenta misturada ao esgoto que jorra das fossas clandestinas no Jardim Pantanal, periferia de São Paulo.
Há quatro dias, os moradores convivem com um forte e desagradável cheiro provocado por todo tipo de sujeira que vaza dos bueiros.
Desde que o bairro foi inundado pelo Rio Tietê, depois da forte chuva que atingiu a capital paulista no início da semana, está difícil se locomover no bairro.
Luiza, que chegava do hospital após se tratar de pneumonia e asma, estava assustada e sem a menor vontade de deixar o colo do avô. Pernambucano de Garanhuns, assim como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Eronildes Paulino Santos, de 61 anos, reclamava dos efeitos da inundação.
— Isso aqui é a prova de que estamos na merda.
No nosso caso, posso dizer que estamos num afluente de merda. É a segunda enchente que enfrentamos e sempre sobem essas porcarias — disse, repetindo o palavrão usado pelo presidente na quarta-feira.
Com o transbordamento do Tietê, o esgoto passou a não ter vazão e se acumulou com a água represada no bairro. A maior parte das casas foi construída numa área de várzea, à beira do rio. A calamidade se agravou porque a bomba da estação de tratamento de esgoto de um dos córregos da região parou de funcionar. Nas paredes das casas, manchas marrons indicavam o nível atingido pela enchente.
— O Lula tem razão, estamos na merda. É uma situação que não deveria ser usada politicamente. O que precisamos é de políticos que venham aqui e resolvam — disse Elizângela Rodrigues de Souza.
— As pessoas aqui vivem nessa merda porque fazem merda. Jogam lixo e entulho em qualquer lugar — acrescentou outro morador.
Fonte: Blog do Favre
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