Mas banco mantém verba de US$ 100 mi para a revitalização do centro
Foi com esse dinheiro que Marta recuperou o Mercado Municipal, fez o Parque do Gato, iniciou a reforma da biblioteca Mário de Andrade e outras obras no centro. kassab paga multa por não ter utilizado o emprestimo e não completar o projeto da Marta que previa também a construção de dois piscinões. Até agora foi incapaz de elaborar um projeto para utilizar a verba (LF)
Fernanda Aranda – O Estado SP
A Prefeitura não conseguiu cumprir os prazos de elaboração de projetos para revitalização do centro de São Paulo e, por isso, precisou apelar para que o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) – financiador de US$ 100,4 milhões da obra – adiasse em três anos o tempo para liberação do último desembolso dos recursos. Como contrapartida à prorrogação, o BID solicitou que todo o programa de valorização imobiliária e recuperação de prédios históricos, entre outras 178 ações, seja revisto.
Até o fim de fevereiro, o BID promete enviar missão de técnicos a São Paulo para que o chamado Programa de Reabilitação da Área Central (Procentro) seja reformulado, com foco “na simplificação”. A justificativa da Prefeitura para pedir dilatação do prazo de liberação de recursos para um projeto ensaiado há, pelo menos, quatro anos, é a “complexidade das intervenções”.
Já em 2005, o BID, em comum acordo com a Prefeitura (administrada, na época, por José Serra), havia estabelecido 3 de novembro de 2009 como data limite para o comprometimento de recursos da revitalização da área central. A data expirou sem que todos os planos estivessem encaminhados. Para não comprometer o financiamento, a Empresa Municipal de Urbanização (Emurb) solicitou mais tempo, por causa da “necessidade de ajustes nos documentos licitatórios de algumas das intervenções”, afirmou em nota. A nova data estabelecida pelo banco é 3 de novembro de 2012. A última parcela do recurso passou de junho de 2010 para junho de 2013. Ainda que, na prática, isso signifique que o governo municipal possa adiar em mais 1.095 dias o início das reformas, a gestão de Gilberto Kassab (DEM) reitera que não vai alterar o cronograma das intervenções.
É fato que alguns planos já estão em andamento, como a reforma da Biblioteca Mário de Andrade, mas outros ainda estão em compasso de espera. É o caso da Praça Roosevelt, que no sábado foi palco da tentativa de assassinato do dramaturgo Mário Bortolotto. Ele foi atingido por dois tiros em tentativa de assalto em um bar. A classe artística “abraçou” a Roosevelt para, por iniciativa própria, contribuir para revitalização do local.
Os reajustes necessários no Procentro só serão definidos após a missão de fevereiro, mas urbanistas já reclamaram da burocracia que emperra as ações. “A última vez que tive notícias, a Prefeitura só tinha conseguido usar 20% dos recursos do BID”, afirma Marco Antônio Ramos de Almeida, superintendente da Associação Viva o Centro. “O número de ações é enorme, são muitos “subgestores”. Que a missão do BID consiga fazer diagnóstico do que falta fazer, do que já foi feito e do que é descartável”, diz Almeida. A representante brasileira da União Internacional dos Arquitetos, Nádia Somekh – que na gestão Marta Suplicy conduziu a reforma no centro -, também acredita que é preciso foco. “Se não, nada vai acontecer.”
Reforma da Praça Roosevelt “já pode ter início”
O BID informou ontem que as obras na Praça Roosevelt serão mantidas mesmo com a exigência recente de reformulação no projeto de toda área central. “Os procedimentos para o início das obras já podem ter início”, disse o banco. A última versão de reforma da praça, prometida em 2005, foi enviada em junho pela Prefeitura. No sábado, o dramaturgo Mário Bortolotto foi ferido após reagir a um assalto no teatro Espaço dos Parlapatões, na frente do local. O crime expôs a demora na revitalização. Apesar da melhora diária, ele ainda está na UTI da Santa Casa.
Fonte: Blog do Favre
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