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Os governos Serra e Kassab não pegaram o recurso, apesar do interesse de muitos diretores. Mas o recurso só vai para a escola mediante autorização das secretarias da educação, que preferiram ficar distantes.
As cúpulas das duas secretarias tinham a informação de que se não credenciassem as escolas, o dinheiro não viria e seria perdido --o que ocorreu nesta semana. Mas, até ontem, o Ministério da Educação afirmava que se pedissem o recurso, haveria, excepcionalmente, a reabertura das inscrições.
A única explicação que consigo imaginar para esse desperdício são as eleições --ou seja, a suspeita de que o ministro Fernando Haddad, paulista, seja candidato para algum cargo eletivo.
Como diz o ditado, quando os elefantes brigam quem sofre são as formigas --no caso, os meninos e meninas de escolas públicas.
Gilberto Dimenstein, 52, é membro do Conselho Editorial da Folha e criador da ONG Cidade Escola Aprendiz. Coordena o site de jornalismo comunitário da Folha. Escreve para a Folha Online às segundas-feiras.
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