sábado, 15 de agosto de 2009

Kassab gasta em propaganda mais do que corta em varrição

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Gastos com limpeza terão corte de 20%, mas previsão é investir em publicidade 134% a mais do que o previsto no Orçamento

Prefeito diz que foi preciso ampliar despesas com propaganda para divulgar campanhas informativas nas áreas de saúde e de educação

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DA REPORTAGEM LOCAL - FOLHA SP

A Prefeitura de São Paulo já gastou mais em propaganda neste ano do que o valor que será cortado dos serviços de varrição de ruas e retirada de entulhos. Conforme a Folha revelou ontem, a administração Gilberto Kassab (DEM) vai cortar 20% dos gastos com varrição e coleta de entulho -redução de R$ 58,4 milhões na despesa com os serviços.

Até o início deste mês a gestão já havia empenhado R$ 69,5 milhões para propaganda.

No total, Kassab prevê gastar R$ 78,8 milhões com publicidade até o fim do ano, 134% mais do que o valor previsto no Orçamento para 2009 e 98,5% acima do gasto do ano passado, quando o prefeito foi reeleito.

Questionado ontem pela manhã, Kassab defendeu o corte de gastos com limpeza e as despesas com publicidade.

Segundo ele, a prioridade da gestão é manter os investimentos nas áreas de saúde e educação e garantir os subsídios às empresas de ônibus para não aumentar a tarifa neste ano.

O prefeito disse que o município deve arrecadar R$ 24 bilhões neste ano, 1% menos que no ano passado já descontada a inflação.

Com isso, disse o prefeito, foi necessário fazer uma série de cortes, mas que não afetarão a qualidade dos serviços. “Nós vamos ter rigor na fiscalização em todas as áreas, também na varrição, e vamos preservar a qualidade do serviço.”

Sobre as despesas com publicidade, Kassab disse que foi necessário para divulgar os serviços da prefeitura. Ele citou campanhas das áreas de saúde e educação, como a orientação à população sobre a gripe suína. “É equivocado fazer essa análise de que aumentou a publicidade. É vinculado à prestação de serviços.”

Demissões

Apesar de o prefeito afirmar que a qualidade dos serviços será mantida mesmo com os cortes, o presidente do sindicato das empresas de limpeza urbana, Ariovaldo Caodaglio, diz que a redução de 20% nos gastos com a varrição terá reflexos. “Os preços pagos pela varrição, no nosso entendimento, nem cobrem os custos”, disse ele, que diz serão “inevitáveis” as demissões no setor.
O corte no serviço de limpeza urbana ocorre às vésperas da temporada de chuvas.

O líder do PT na Câmara, João Antonio, disse que a prefeitura fez um orçamento inflado para abrigar todas as “promessas eleitoreiras”. “O governo vem com essa desculpa da crise internacional quando na verdade a Prefeitura de São Paulo arrecadou mais 5,45% no primeiro semestre deste ano em comparação a 2008.”

PT e governo usam critérios diferentes para apurar se houve queda ou crescimento da receita. Por isso as informações são divergentes.

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Fonte: Blog do Favre

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