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Numa escola, a marmita de plástico da merendeira era aquecida em cima do arroz dos alunos. Em outras, havia carne vencida, frutas estragadas na cozinha e pombos no refeitório. Relatórios das blitze feitas nos últimos quatro meses pelo órgão que fiscaliza as merendas revelam má qualidade dos alimentos e falta de higiene em escolas da Prefeitura de São Paulo.
As vistorias foram feitas pelo CAE (Conselho de Alimentação Escolar), órgão oficial formado por pais, professores e servidores --que voltou a fiscalizar a merenda após ficar quase parado no ano passado. Segundo 40 relatórios a comida por vezes vem fria e com falta de recheio no pão. Os legumes, "passados". O macarrão, "borrachudo". O cereal para criancinhas, "muito duro". Os problemas foram encontrados tanto nas escolas onde as merendas são feitas por servidores como nas em que o serviço é terceirizado.
Higiene
Em 38 das 40 escolas foi apontada alguma falha no serviço Às vezes, são detalhes, como falta de vedação adequada do freezer e utensílios de cozinha quebrados. Mas, em mais de um terço, problemas ligados às condições de higiene ou à qualidade dos alimentos.
Seis empresas prestam serviço em São Paulo. Todas são investigadas por suspeita de conluio na concorrência e de superfaturamento, além de má qualidade dos serviços. Nesta semana, tiveram seus contratos (que, num ano, passam R$ 250 milhões) prorrogados por 15 dias pela prefeitura, que não conseguiu concluir nova licitação.
A presidente do conselho, Margarida Prado Genofre, diz que tudo deve ser corrigido com urgência, mas não vê problemas "gritantes".
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