sábado, 23 de janeiro de 2010

Uma imagem vale por mil palavras…













Poucas imagens poderiam ser tão irônicas sobre o sofrimento de São Paulo com as enchentes do que essa aí de cima, onde um funcionário contratado pela Prefeitura mostra o peixe morto que encontrou ao trabalhar na limpeza do túnel Tribunal de Justiça, um acesso à marginal Pinheiros. O túnel ficou um dia e meio submerso em até 2,5 metros de água, porque as bombas de drenagem não funcionaram. Em dezembro, o colapso de bombas também foi apontado como uma das causas da enchente.

A esta altura, já não se pode dizer que temporais são um “imprevisto”. Os sistemas de drenagem deveria estar todos checados e operantes. Dizer que o principal falhou e o de emergência não funcionou, justamente, porque ficou alagado é igual a dizer que os botes salva-vidas em um navio não funcionaram porque afundaram.
O colunista Fernando Barros e Silva, na Folha de hoje, escreve um parágrafo cru, que merece ser transcrito:
“Havia cobras, ratos e vidas estragadas aos montes sob a água suja quando, depois de dias, Gilberto Kassab deu o ar da graça no Jardim Pantanal. O prefeito agora, mesmo vaiado, pede que a população “fique tranquila”, o que parece menos uma demonstração de serenidade do que de desconexão com a realidade. Enquanto isso, Serra avisa a rapaziada pelo twitter que este é um “ano anômalo”. De fato, um ano surreal. Já encontramos até peixe morto em túnel alagado. Quem sabe ainda vão achar tucano afogado.”

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