sábado, 16 de janeiro de 2010

Lula diz que ninguém deve ter medo da democracia


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira (15) que a criação da Comissão da Verdade, prevista no Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3), não pretende fazer uma caça às bruxas e que não há motivos para ter medo de apurar a verdade da história do país. As declarações foram feitas em entrevista TV Mirante, do Maranhão, onde o Presidente participou de inauguração da refinaria da Petrobras.

No Brasil, algumas pessoas ainda têm medo, vêm com discurso do regime autoritário, coisa que é inadmissível. Ninguém pode ter medo da democracia exercitada em sua plenitude, disse o Presidente.

O que está criando caso é a Comissão da Verdade, ou seja, neste país não há porque ninguém ter medo de a gente apurar a verdade da história do Brasil. E você pode fazer com a forma tranquila e pacífica que nós estamos fazendo. Não se trata de caça às bruxas, trata-se apenas de você pegar 140 pessoas que ainda não encontraram os seus parentes que desapareceram, e que essas pessoas possam ter o direito de encontrar o cadáver e enterrar. 

O presidente esclareceu que em seu governo foram feitas 63 conferências nacionais, tais como de saúde, educação e direitos humanos, e que as diretrizes que compõem o programa foram amplamente discutidas nesses encontros. 

O que é importante é que as pessoas aprendam que quando você joga a sociedade para fazer um debate, você não pode fazer censura no debate na sociedade. 

Lula disse ainda que na democracia as pessoas falam aquilo que pensam e completou: Depois se consegue construir o bom senso, que é o caminho do meio, que é sempre o que prevalece.

Na última segunda-feira, o presidente se reuniu com os ministros da Defesa, Nelson Jobim, e da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, para pôr fim aos desentendimentos em torno do Programa Nacional de Direitos Humanos, quando assinou um decreto criando um grupo de trabalho para tratar da criação da comissão e retirou do texto o termo repressão política, que desagradava os militares.

Fonte: Agência Brasil

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