sábado, 23 de janeiro de 2010

EU, GOVERNANDO SÃO PAULO POR WO













por Luiz Carlos Azenha


A ladainha é a mesma, sempre que chove forte: a culpa é da chuva. Do acúmulo de chuva. Do excesso de chuva, assim como os congestionamentos resultam de "excesso de veículos".


A chuva adquire, portanto, uma personalidade. A chuva é a vilã. A culpa é de Deus. De São Pedro. Da Natureza. A não ser que haja uma prefeita, tanto faz se o prenome for Erundina ou Marta. Aí, então, a culpa é do governante.


Por WO, no papel de governante de São Paulo, eu declaro: se chover forte, não chegue perto do Tietê e dos afluentes!


Sim, porque é impossível prever exatamente quanto, quando ou onde vai chover. Está aquém das possibilidades humanas, pelo menos neste momento.


Portanto, só há uma saída: preparar a cidade para a chuva forte. Limpar os rios, especialmente o grande rio do qual quase todos os outros são afluentes.


 Aumentar a área de infiltração das águas de chuva.


Diminuir a área de infiltração das águas de chuvas, especialmente bem pertinho do rio que transborda, por exemplo, não é recomendável.


 Especialmente porque, ao fazer isso, você estará ao mesmo tempo reduzindo a área de infiltração de águas de chuva Elevando mais automóveis para perto do rio que transborda. Vamos supor que você queira ampliar a marginal, criar novas pistas, reduzindo a área de infiltração da água: é temerário, especialmente se você vai colocar mais gente e automóveis colados a um rio que transborda quando chove forte.


Quem é que é maluco de levar mais automóveis para perto de um rio que transborda? Isso deve ser coisa do Chávez!


Sabemos que a obra que foi feita no rio Tietê, aquele aprofundamento da calha, no governo de Geraldo Alckmin, elevou ao máximo a capacidade de escoamento do rio. Pode ser que o governo do estado não tenha feito a manutenção da obra, com a limpeza necessária para manter o escoamento máximo. Mas, vamos supor que o governo tenha feito tudo certinho. Sabemos, agora, que a obra não dá mais conta de escoar as chuvas fortes.


Nesse jogo, Serra vence Alckmin por 3 a 1: é o placar dos transbordamentos do rio Tietê nos dois governos, até agora. Sabemos, com certeza cristalina, por experiência própria, que quando chove forte o rio Tietê transborda! Não importa se choverem 100, 200 ou 300 mm. A gente só vai saber depois que chover.


 Não dá para combinar antes com o rio Tietê!


Como ninguém é capaz de prever onde, quando e quanto vai chover e partindo do pressuposto de que o governo de São Paulo tenha mesmo feito tudo o que deveria ter feito -- temos fortes indícios de que não fez --, o mínimo que um governante por WO, como eu, pode fazer para ajudar os moradores da cidade, é declarar: Se chover forte, não saia de casa! Ou, se sair, não chegue perto do rio Tietê e dos afluentes!


É bem melhor do que ficar no Twitter escrevendo o óbvio: que está chovendo muito!!!


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