quarta-feira, 12 de novembro de 2008

"Força Serra Presidente"


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O prêmio desta semana para a maior besteira da imprensa mercantil brasileira e sua ditadura midiática vai dividido para O Globo e a FSP (Força Serra Presidente*) pelas matérias sobre os gastos do governo. Ambos escancaram a manchete do domingo passado, para protestar que os gastos com o funcionalismo superam os do pagamento da dívida pública. Relatam que o primeiro item de gastos do governo é o da previdência, o segundo agora é com o funcionalismo, deixando para terceiro o pagamento da dívida pública.

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Protestam, a partir de sua visão — derrotada espetacularmente na atual crise mundial, sem que se dêem conta, com sua obtusa visão mercantil e anti-estatal — do Estado mínimo, da diminuição sistemática da tributação, buscando fomentar nos leitores o sentimento de que estão tomando dinheiro para pagar impostos do seu bolso para alimentar funcionários públicos.
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O raciocínio é o do egoísmo consumista: para que pagar impostos para que o governo contrate professores, médicos, enfermeiras — que constituem o grosso do funcionalismo publico, o pessoal de educação e saúde publica. Ainda mais para gente como os jornalistas e donos da midia privada que — como a elite brasileira — usa escolas privadas, planos de saúde privados, segurança privada, correios privados, transporte privado, bancos privados, etc. etc..
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Não precisam dos serviços públicos, porque pertencem aos 5% mais ricos, que fazem do Brasil ainda o país mais injusto da América Latina, que por sua vez é o continente mais desigual do mundo. Incentivam o egoísmo de pagar menos impostos, de sonegar — a profissão melhor remunerada em direito é a de advogado tributarista, que busca formas das empresas contornarem os impostos.
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Isto em um país em que a estrutura tributária é sumamente injusta, em que as grandes empresas — principalmente os bancos — praticamente não pagam impostos, enquanto os trabalhadores sim o fazem, em que a grande maioria da arrecadação tributaria procede dos impostos indiretos e não dos diretos, fazendo com que todos paguem os mesmos impostos, ricos e pobres, quando uma estrutura tributária socialmente justa é aquela em que os que recebem mais, devem pagar mais.
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Quando dizem que o Estado deve arrecadar menos, gastar menos com funcionários, querem menos serviços públicos — menos professores, menos enfermeiras e médicos —, com menos qualificação. Que se dane o povo, que segue sendo atendido por esses serviços, que se dane a escola pública, que segue atendendo à grande maioria das crianças e jovens.
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Quando querem menos Estado, querem mais mercado — exatamente aquilo que levou à crise global atual. Mas eles não aprendem nada, porque pensam com o bolso, com os lucros, com os olhos postos nos grandes clientes privados — a começar pelos bancos, que publicam aqueles longos relatórios periódicos nos jornais, além das reiteradas publicidades que inundam os espaços publicitários da mídia mercantil, a sustentam e tem assim o seu apoio.
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Sob a aparência de defender os cidadãos contra a volúpia arrecadatória do Estado, o que fazem é defender seus grandes clientes, é tentar ganhar adeptos para seu candidato — Serra —, que terá, como teve em São Paulo, sem colocar em pratica, a promessa de campanha de diminuir os impostos.
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Enquanto isso na rede estadual de ensino.


O Globo e a FSP (Força Serra Presidente) fazem jus assim a ganhar o primeiro prêmio semanal do Festival de Besteira que Assola a Imprensa Brasileira (FEBEAIB), legítimo continuador do Festival de Besteira que Assola o País (Febeapá), do grande cronista da época da ditadura militar, Stanislaw Ponte Preta.
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