quarta-feira, 5 de maio de 2010

Eduardo Guimarães - Exorbitante propaganda tucana

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O Brasil é um país cujas instituições não estão à altura de seu estágio de desenvolvimento econômico e social. Entre as tantas anomalias nos diversos poderes da República, aproveitando o gancho do ano eleitoral quero destacar a mais acintosa, o poder que a mídia ainda detém sobre o Poder Judiciário.
Sob pressão ou por medo das grandes empresas de comunicação de massa, Poder Judiciário, Ministério Público e Justiça Eleitoral se agacham.
O Ministério Público fecha os olhos para promoção de alarmismo midiático que mata pessoas e convulsiona a Saúde pública e a Justiça Eleitoral multa o presidente da República por “campanha eleitoral” antecipada enquanto ignora a escandalosa e multimilionária propaganda política do governo de São Paulo nas tevês e nas rádios.
O leitor que não é de São Paulo não pode imaginar o tamanho da campanha auto-promocional que o candidato tucano a presidente, José Serra, começou por aqui antes de deixar o cargo de governador e que continua a todo vapor.
O dia inteiro, de segunda a segunda, em todas as rádios e televisões, a cada intervalo comercial é martelada uma campanha publicitária dizendo que “São Paulo é um Estado cada vez melhor” a uma população que vê a violência explodir, a Educação pública ser reprovada a cada certame nacional e internacional, a Saúde permanecer caótica...
Em nenhum momento, antes deste ano, vi uma campanha assim de governo nenhum. É um massacre publicitário de proporções faraônicas. Enquanto isso, a oposição petista não vai ao Judiciário – que precisa ser provocado – e o Ministério Público faz de conta que não vê, porque sabem que a retaliação midiática virá forte, concentrada nas pessoas que tomarem uma atitude.
Eis um excelente tema para a imprensa alternativa explorar. Quais as bases legais para uma campanha publicitária tão dispendiosa e massificada em um ano eleitoral? Qual é o valor exato dessa gastança promocional, com dinheiro público, de um candidato a presidente? Que parcela dos paulistas sabe quanto o governo do Estado está gastando do dinheiro do contribuinte com essa propaganda política descarada?
Para o cidadão comum, é difícil obter esses dados. A publicidade do governo do Estado é uma caixa-preta.
Não há, por exemplo, como saber quanto estão custando essas peças cinematográficas exaltando o governo Serra/Goldman e o PSDB nas tevês e nas rádios de uma forma revoltante, pois não se consegue ouvir ou assistir nada por mais de 15 minutos sem ser bombardeado com os jingles tucanos e com imagens fajutas de uma situação do Estado que simplesmente não existe.
O Ministério Público e a oposição petista não tomam atitude. E eu, contribuinte de São Paulo, tenho que pagar para uma facção política que desaprovo mentir descaradamente o dia inteiro, sete dias por semana, trinta dias por mês nas tevês e rádios a que estes olhos e ouvidos indignados estiverem expostos. 

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Um comentário:

  1. Mas isso é o legado, legalizado pelos nossos Congressistas, numa Constituição paraleta, onde na verdade, inconstitucional.
    Os três poderes, como consta em nossa constituição, deveria ser independente um do outro, mas na verdade, os magistrados que atuam no STF, não passam de fantoches, indicados pelos Presidentes, e em comunhão, com os Politiqueiros que comandam o País.
    A constituição diz!
    Todos somos iguais perante à Lei.
    Não nas leis Políticas, criadas na calada da noite.. Em atos secretos...
    Existem duas Constituições:
    A de 1988 criada para o Povo idiota como nós, que não funciona diante do nosso judiciário.
    E uma segunda, uma Constituiçao Paralela, onde foi criada para que nossos congressistas pudessem Lesgislar em causa Própria.

    Processos passam anos engavetados no Supremo esperando que caduquem, pois assim, seus maus feitores, os politiqueiros corruptos, saiam livres das inúmeras acusações sobre eles.
    Essa é a pura verdade, nua e cruel...

    Marcio RJ

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